terça-feira, 14 de janeiro de 2014

«Imanol Libre»: realizou-se na AN o julgamento de Imanol González

Imanol González, jovem de Karrantza (Bizkaia), foi ontem julgado na Audiência Nacional espanhola. É acusado de um acto de sabotagem contra um autocarro na greve geral de 29 de Março de 2012, e, com base nessa acusação, o Ministério Público (MP) pede que seja condenado a cinco anos de cadeia. De acordo com o Berria, o juiz rejeitou a acusação de «integração em organização terrorista», também solicitada pelo MP.

Através do Twitter, alguns membros da dinâmica «Imanol Libre» presentes no tribunal foram transmitindo o que se passava no julgamento, tendo afirmado que Imanol se tornou um alvo porque estava incluído nas chamadas «listas negras»: «Os ertzainas associaram Imanol ao explosivo através dos seus antecedentes pessoais». Durante um mês, seguiram-no de forma apertada, esperavam-no de manhã e à tarde à entrada de sua casa.

Para além de destacarem contradições de monta no julgamento - «Passou muito tempo na herriko… e no atestado escreve 5 minutos» -, os membros da «Imanol Libre» sublinham ainda que as informações dos ertzainas sobre os «antecedentes pessoais» se revelaram «completamente insignificantes» e «sem sentido».
E houve também aqueles que não se lembraram de nada ou quase nada.

Depoimentos dos ertzainas (via ImanolLibre):
- «Tinha um pau com uma inscrição da Segi ou da ETA, não sei. Ou talvez fosse Ernai.» [Esta última organização nem sequer existia, mas era uma coisa ou outra... ou outra ainda.]
- «Tinha paus de incenso em casa para usar como retardador em artefactos incendiários.»
- «Em 2007 foi identificado quando afixava cartazes da Segi. Já era suspeito.»
- «Com os amigos que tem, era suspeito.»
- «Era do meio radical. Afixava cartazes da Jarrai.» [A Jarrai dissolveu-se em 2000; Imanol nasceu em 1988.]
- «Encontrámos parafusos em sua casa, material que pode ser usado como metralha.»
- «A estrela vermelha de cinco pontas é da Segi.» / Ver: topatu.info

Moção solidária e mobilização em Aramaio para exigir a liberdade de Irati
Irati Mujika, que se tinha recusado a comparecer no julgamento dos jovens acusados de pertencer à Segi (o processo 26/11, a decorrer na AN espanhola), foi detida na quinta-feira passada pela Polícia Nacional espanhola em Aramaio (Araba). Para denunciar essa situação, houve uma sessão de Câmara extraordinária, na qual foi aprovada uma moção de repúdio contra a detenção, contra os julgamentos políticos e a exigir aos estados espanhol e francês que dêem passos com vista à resolução do conflito.
Cá fora, houve um desfile de protesto, durante o qual o pessoal se sentou na rua. No final, ainda se pôde ver um vídeo de Irati. / Ver: gazteiraultza.info [com fotos e vídeo]