sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Galparsoro: «A única chave para solucionar o conflito é voltar à via da negociação»


A autarca de Arrasate, Ino Galparsoro, aposta no “retorno à via da negociação e no respeito pelo direito à autodeterminação do povo basco” porque a ilegalização apenas servirá para mostrar “o fracasso do sistema” e não trará “a solução”.

A primeira edil do município guipuscoano afirmou na quarta-feira que tanto a sua detenção e o seu posterior ingresso na prisão como o recurso do Governo espanhol contra o acordo municipal em que a EAE-ANV se dissolveu em Arrasate para fazer passar os seus vereadores a um grupo misto são “tentativas” para “remover a esquerda abertzale do cenário político”, e destacou que pensar que as ilegalizações da EAE-ANV e do EHAK vão solucionar algo é “um verdadeiro fracasso do sistema”.

Numa entrevista concedida à Euskadi Irratia, Galparsoro referiu que seria “incrível” que, num Estado de Direito, se colocasse sequer a possibilidade de poder vir a deter mais autarcas da esquerda abertzale, tal como lhe aconteceu a ela, e afirmou que “fica bem claro que, dentro da estratégia que movem contra nós, pretenderam realizar uma tentativa de ataque também contra os representantes eleitos, e não sei o que se poderá vir a passar”.

Dessa forma, explicou que o acordo em que a EAE-ANV se dissolveu em Arrasate para passar a um grupo misto, “mais do que uma tentativa de evitar a ilegalização, era a única opção para trabalhar na nossa terra e cumprir o nosso programa”. “Não foi uma estratégia para fazer frente à ilegalização, antes o modo de responder ao mandato que recebemos dos cidadãos e aos compromissos que tomámos”, acrescentou.
Nesse sentido, a autarca de Arrasate reiterou que o recurso apresentado pelo Ministério Público do Estado espanhol contra esse acordo municipal é “um passo mais para nos remover do cenário político”.

Para além disso, realçou que “a única chave” para solucionar o conflito, “do mesmo modo que em todos os conflitos do mundo, é voltar à via da negociação e ao respeito pelo direito à autodeterminação do povo basco”.
Fonte: Gara