sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A esquerda ‘abertzale’ apela à participação na iniciativa de Amaiur, no próximo domingo

No dia 1 de Fevereiro, domingo, recordar-se-á e prestar-se-á homenagem à resistência Navarra em Amaiur, num acto organizado pela Iniciativa 1512-2012 Nafarroa Bizirik!, a localidade de Amaiur e o Município de Baztan. A este acto já aderiram diversos municípios e agentes políticos e sociais.

Numa conferência de imprensa realizada em Iruñea, a Nafarroako Ezker Abertzalea fez um apelo à cidadania no sentido de participar no acto que, organizado pela iniciativa popular Nafarroa Bizirik, terá lugar no próximo domingo em Amaiur.

Xabier Zabalo e Mariné Pueyo sublinharam a dupla vertente deste evento, que, se por um lado servirá para homenagear os que resistiram e se defenderam da invasão castelhana de 1512, também será o contexto apropriado para denunciar a conquista levada a cabo a ferro e fogo, e cuja consequência principal, a perda de soberania dos navarros, se projecta até aos nossos dias.

Pueyo destacou que Nafarroa se encontra no século XXI, 500 anos depois dos acontecimentos que se recordarão neste acto, numa encruzilhada: “ou se reconhece a capacidade e o direito de decisão d@s navarr@s ou continuamos manietad@s pelo regime imposto pelo Amejoramiento”. Para além disso, acrescentou que os que celebram a prostração de 1512, os grupos que conformam o bunker encarregue de blindar o Amejoramiento, só procuram perpetuar a submissão a Espanha e manter o poder de uma elite económica. Segundo Pueyo, a UPN e o PSN pretenderiam assim evitar a participação dos cidadãos, deixando nas mãos de Madrid todas as decisões que afectam o território.

Xabier Zabalo, na mesma linha, fez finca-pé no que denominaram “saque de Nafarroa”, apontando multinacionais, famílias enriquecidas e especuladores que, mediante os jogos de influências, o amiguismo e a corrupção, quiseram converter Nafarroa num território à sua disposição.

A Esquerda Abertzale de Nafarroa denunciou também o processo vigente de assimilação, que, atacando a língua e os símbolos próprios, pretende falsificar a história do nosso território para legitimar assim um quadro herdeiro das consequências directas da conquista. Esta manipulação apresentaria como uma incorporação voluntária o que na realidade foi a perda da soberania depois de uma conquista militar. Neste sentido, e antes de terminar a conferência de imprensa, Zabalo e Pueyo sublinharam a estreita relação existente entre o passado e o futuro, na medida em que é numa falsa interpretação do passado que se legitima o actual quadro e são precisamente as vozes que se levantem contra esse quadro as que construirão o futuro.

Fonte: nafarroan.com