terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Zigor Goikoetxea vai ser julgado amanhã, em Madrid


Zigor Goikoetxea vai ser julgado amanhã na Audiência Nacional espanhola, na sequência de uma denúncia, apresentada pela edil do PP em Getxo Marisa Arrue, por insultos e ameaças que supostamente lhe terão sido dirigidos pelo jovem de Algorta na Feira de San Lorenzo, em Getxo. A Procuradoria e o PP pedem 6 anos de prisão; Marisa Arrue, 10.

Em virtude disto, haverá hoje uma concentração de denúncia em Algorta, pelas 20h.

Fonte: askatu.org

O caso assume proporções vergonhosas, como já aqui denunciámos em notícia que veiculámos no dia 1 de Setembro: «Juiz Andreu mandou Zigor Goikoetxea para a prisão com base em denúncia de vereadora do PP em Getxo».

A ordem diz respeito ao passado dia 26, mas a necessidade de divulgação e denúncia da situação mantém toda a actualidade. É que, sem provas, sem relatório policial, sem testemunhas, sem qualquer outra denúncia que não fosse a efectuada pela vereadora do PP em Getxo, Marisa Arrue, o juiz Andreu, da Audiência Nacional espanhola, enviou Zigor Goikoetxea para a prisão.

O juiz da Audiência Nacional espanhola Fernando Andreu decretou, no dia 26, prisão incondicional para Zigor Goikoetxea, ao entender que este incorreu num delito de “atentado contra a autoridade” a 10 de Agosto por ter supostamente ameaçado a vereadora do PP em Getxo Marisa Arrúe. Goikoetxea foi transferido para a prisão madrilena de Soto del Real. Trata-se de mais um passo na ofensiva contra os ex-presos bascos.

Fernando Andreu, num procedimento pouco habitual, decidira a sua detenção por um período de 72 horas, e, neste prazo, a porta-voz do PP no Município de Getxo, Marisa Arrúe, acorreu ao tribunal especial para apresentar a sua versão das ocorrências e o motivo pelo qual denunciou o jovem.

A Procuradoria tinha solicitado o ingresso na prisão de Goikoetxea, argumentado que há três indícios para tal: a circunstância pessoal de Goikoetxea (ser irmão de Arkaitz Goikoetxea, recentemente encarcerado por suposta pertença à organização armada ETA), a circunstância pessoal do denunciante (ser vereador do PP) e o local da ocorrência dos factos (Getxo).

O advogado de Goikoetxea tinha assinalado que os argumentos apresentados “não têm pés nem cabeça” e que não podem implicar o encarceramento do seu defendido. Além disso, acrescentou, a única “prova” do sucedido são as declarações da vereadora do PP, já que não há testemunhas nem relatório policial algum, nem qualquer outra denúncia.

A Askatasuna denunciou “a crua realidade que impuseram ao nosso povo aqueles governos que estão cegos pela repressão”, e apelou à mobilização perante estes factos.

10 de Agosto
Os factos remontam a 10 de Agosto, quando a vereadora, acompanhada por outros representantes da sua formação, foi visitar o mercado de San Lorenzo, em Getxo. De acordo com a sua versão, um grupo de pessoas “acusou-a, insultou-a e ameaçou-a”.Num primeiro momento, comentou que lhe tinham chamado “torturadora” e não identificou ninguém. Dois dias depois, passou a dizer que a tinham “ameaçado de morte” e referiu-se a essas pessoas como “cães”; foi então que se começou a difundir que Goikoetxea era “um dos componentes do grupo”, e que se realçou o seu parentesco com Arkaitz Goikoetxea.