sábado, 25 de setembro de 2010

Acordo histórico em Gernika: trinta agentes políticos, sindicais e sociais subscrevem o acordo de Gernika por um cenário de paz e diálogo político

Num acto simples e solene que decorreu no Lizeo Antzokia de Gernika, cinco organizações políticas e mais 25 agentes sindicais e sociais subscreveram o «Acordo para um cenário de paz e soluções democráticas» sob uma reprodução do Guernica, de Picasso.

Documento: eus cas

Declaração em vídeo: euskaraz / em castelhano / em francês

O acto teve início com uma saudação do autarca de Gernika, Jose Mari Gorroño, que destacou a especial simbologia de Gernika, tendo afirmado que a sua Árvore representa a democracia mais antiga da Europa e que o bombardeamento a que foi submetida pelas forças fascistas a transforma numa referência da paz e dos direitos.

A assinatura do acordo de Gernika ocorreu depois de se ter procedido à leitura do «Acuerdo para un escenario de paz y soluciones democráticas» em euskara, castelhano e francês. Subscreveram o documento Rufi Etxeberria, por parte da esquerda abertzale, Peio Urizar (EA), Patxi Zabaleta (Aralar), Jon Garai (AB) e Oskar Matute (Alternatiba).

Por agora, subscrevem o acordo de Gernika sindicatos como LAB, EHNE, Hiru, ELB, ESK, STEE-EILAS, as organizações juvenis das forças políticas signatárias, e associações como a Etxerat, Gernika Batzordea, Herria 2000 Eliza, Euskaria e AEK, entre outras.

A assinatura foi saudada com aplausos pelas pessoas que assistiam ao acto, no Lizeo Antzokia.

Reuniões privadas
Este acordo foi germinando, em reuniões privadas, a partir do pacto independentista estratégico subscrito pela esquerda abertzale e o EA em Junho último no Palácio Euskalduna, em Bilbo. Ambas as forças puseram em circulação uma proposta de mínimos democráticos que, depois das contribuições dos diversos agentes, resultou no documento hoje apresentado oficialmente.

Os signatários não só desafiam as partes a criar um cenário democrático e de soluções como se declaram a si mesmas responsáveis pela sua promoção.

Vão dar impulso a «um cenário de paz e soluções democráticas», para o que pedem à ETA um «cessar-fogo permanente, unilateral e verificável» e ao Estado a derrogação da Lei de Partidos e o fim da política prisional, entre outras coisas.

Depois dele, encaram como imprescindível um diálogo político assente nos princípios Mitchell e que busque um acordo abrangente «entre todas as culturas do país, sobre o reconhecimento tanto da realidade nacional basca como do direito a decidir, e o respeito pela vontade popular democrática sobre o modelo jurídico-institucional interno, e sobre o tipo de relacionamento com os estados». «Incluindo a independência», especifica-se.

Os signatários comprometem-se a cumprir os postulados do documento, a transmiti-los a agentes internacionais e a trabalhar na activação popular da sociedade basca, para que «os cidadãos os façam seus, e se situem como garantia única da evolução do processo de solução democrática».

Fonte: Gara