segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O «The Irish Times» entrevista Rufi Etxeberria sobre Euskal Herria


Este periódico irlandês de referência publicou no sábado uma entrevista feita a Rufi Etxeberria, na qual é questionado sobre a iniciativa política da esquerda abertzale e a declaração da ETA. Quanto à repressão, afirma que «responderemos com paciência. Estamos num momento determinante. O nosso mandato e compromisso é inequívoco e soberano».

O diário irlandês de referência The Irish Times publicou no sábado uma entrevista concedida pelo dirigente da esquerda abertzale Rufi Etxeberria, a respeito da situação política agora existente em Euskal Herria e, sobretudo, sobre a declaração da organização armada ETA em que suspende as acções armadas ofensivas.

No sábado, dia em que o diário irlandês conta com mais leitores, o jornalista e conhecedor da situação política de Euskal Herria Paddy Woodworth publicou uma entrevista em estilo indirecto realizada ao dirigente independentista Rufi Etxeberria.

Com uma extensa introdução para apresentar o oiartzuarra - que começa por referir que «Rufi Etxeberria é uma pessoa idónea para fazer uma leitura dos sinais - muitas vezes negros - que as autoridades espanholas e o grupo terrorista basco ETA [sic] trocam entre si quando se está a cozinhar um processo de paz» -, o jornal recolhe a forma como Etxeberria rejeita «a opinião propagada de que a declaração da ETA - de 5 de Setembro - não deixou satisfeitas as esperanças, não só do Governo espanhol, mas as da própria esquerda abertzale. Ele diz que esta trégua, de forma diferente das anteriores, é "unilateral e sem condições", e não surge na sequência de algum acordo prévio com o governo ou com partidos políticos. Diz que a trégua oferece "um contexto imprescindível para o diálogo e a negociação com vista à resolução do conflito"».

«A cómoda inércia» de vetar
Questionado sobre a Declaração de Bruxelas e a ETA, lê-se na entrevista que respondeu que «o Batasuna continua a fazer um apelo à ETA para que assuma o conteúdo da Declaração na íntegra, e isso quer dizer que seja explícito na questão de o cessar-fogo ser permanente e verificável».

Acrescenta que «a esquerda abertzale não contempla de forma alguma um panorama futuro no qual haja acções violentas». E que, no caso de existirem, quem as levar a cabo «se auto-excluirá da nova estratégia assumida pelos nossos membros, e contra ela». Num outro ponto, a entrevista refere que o dirigente independentista considera que o Governo espanhol e os tribunais «são irresponsáveis» ao recorrer «à cómoda inércia» das proibições, como no caso da marcha da Adierazi EH!, e que «Madrid deverá dar passos, ainda que insuficientes».
Fonte: Gara