quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Maravillas Lamberto, a «florzita de Larraga» foi morta pelos fascistas há 82 anos

A 15 de Agosto de 1936, teve lugar em Larraga (Nafarroa) um dos episódios mais arrepiantes da Guerra de 36 ou Guerra Civil espanhola, na sequência do levantamento fascista de 18 de Julho. Maravillas Lamberto Yoldi, de 14 anos, filha de um sindicalista, foi violada repetidamente pelos fascistas - também à frente do pai -, antes de ser morta a tiro. O seu corpo foi deixado aos cães.

Na madrugada de dia 15 de Agosto, guardas civis, acompanhados por um falangista e um requeté, foram buscar a casa Vicente Lamberto, agricultor e sindicalista da UGT. Uma das suas filhas, Maravillas Lamberto, não o quis deixar e insistiu em acompanhá-lo. Foram ambos levados para a Câmara Municipal.

Ali, o pai foi metido na cadeia, na parte inferior do edifício, e Maravillas foi levada para a secretaria, na parte de cima, onde os fascistas a violaram repetidamente. Ao nascer do dia, Maravillas e o pai foram levados para um bosque próximo, onde a jovem foi violada à frente do pai mesmo antes de o fuzilarem. Maravillas Lamberto, com 14 anos, foi morta pouco depois, tendo o seu corpo sido abandonado aos cães.

Nos últimos anos, Maravillas Lamberto Yoldi, conhecida como a «florzita de Larraga», tem recebido múltiplas homenagens, por parte de diversas entidades. A 26 de Outubro de 2008, a associação Ahaztuak 1936-1977 homenageou Maravillas e as demais 45 vítimas do fascismo em Larraga nos anos da guerra.

Hoje, no Gaztetxe que tem o nome de Maravillas, na Alde Zaharra de Iruñea [Pamplona], a jovem também foi homenageada, numa cerimónia que contou com a presença de uma das suas irmãs, Josefina Lamberto.

Entrevista a Josefina Lamberto, irmã de Maravillas Lamberto
Ver: El Salto