A AHAZTUAK 1936-1977 anuncia para domingo, dia 26 de Outubro, às 12h, a homenagem que terá lugar em Larraga (Nafarroa) em honra de Maravillas Lamberto Yoldi e outros 45 assassinados pelo terror franquista.A ASEH deu notícia deste evento há não muito tempo, citando na altura a letra de uma canção escrita por Fermín Balentzia, dedicada a Maravillas Lamberto Yoldi. Agora, o mesmo autor apresenta um pequeno relato evocativo, com uma citação entremeada, seguramente ilustrativo e não menos emotivo.
Era uma tarde de Agosto. Tinha ficado de me encontrar com Josefina num lugar de Pamplona, sem outra intenção que não fosse conhecê-la e cantar-lhe a minha canção de Maravillas.
Não foi preciso explicar o tema. Ela, abraçada à sua lembrança, chorava, e chorava enquanto eu cantava.
Josefina era irmã de Maravillas Lamberto, as duas de Larraga, tal como o seu pai, Vicente.
Ela recordava: eu tinha 7 anos; Maravillas, 14. Foi a 15 de Agosto de 1936, homens vestidos de azul e guardas civis, noite dentro, chegaram a casa para levar o meu pai. Ela, Maravillas, não se quis separar dele.
Foram levados para a Câmara Municipal de Larraga, o seu pai foi encarcerado e Maravillas foi violada por alguns da terra…
“Quando, na alva de muitas terras navarras, os cânticos das auroras chamavam às comunhões gerais, cantando à Virgem imaculada subida aos céus, neste bosque de Yerri os cruzados de Larraga entoavam quadras diferentes.
Seguiram uns 300 metros pelo caminho do azinhal. Mataram o pai. Levaram a rapariga 25 metros mais para dentro. Despiram-na, repetiram a sua orgia sexual, mataram-na e abandonaram o cadáver junto a um zimbro”.
José María Jimeno Jurío, La guerra civil en Navarra (1936-1939)
…e a tudo isto juntemos outros 45 assassinados pelo terror franquista.
Fermín BALENTZIA
Fonte: Kaosenlared
