sábado, 18 de outubro de 2008

Nafarroa: 10 000 assinaturas no Parlamento contra o campo de tiro das Bardenas


Em nome do Manifesto popular pró-Bardenas, Santi Lorente e Roberto Senberoiz deixaram ontem no Parlamento mais de 10 000 assinaturas de navarros que se opõem ao campo de tiro das Bardenas.

Logo após a entrega das 10 000 assinaturas na sede parlamentar, Santi Lorente recordou perante os meios de comunicação que em Janeiro deste ano apresentaram nesta mesma câmara uma Iniciativa Legislativa Popular em que solicitavam o desmantelamento do campo de tiro. “Então responderam-nos que o Parlamento navarro não tinha competências neste tema – disse –, e que ficava nas mãos da Junta das Bardenas”.

Depois de criticar esta “negligência” por parte do Parlamento, Lorente fez saber que expuseram a José Antonio Gayarre, presidente da Junta, a necessidade de ser “insubmissos” face ao Ministério espanhol da Defesa, porque era “mais ético” e “respondia melhor aos interesses dos navarros ser insubmissos que receber uma quantia de dinheiro para que nas Bardenas se treinem aviões de combate que causam milhares de mortos noutros países”.

Na sequência das palavras da ministra Carme Chacón, Lorente declarou que “não queremos nem um nem 30 anos, mas sim que as Bardenas deixem de ser um campo de treino para a guerra”.

Também aludiu a Uxue Barcos, que em Madrid acusa o PSOE de “incoerência”. “Mas o PNV também tem responsabilidade naquilo que se vai passar no polígono, porque no Orçamento de Estado há uma verba destinada a pagar a utilização das Bardenas para treino de aviões”.

Apelou ainda aos vereadores da UPN e do PSN nas terras próximas das Bardenas para que, “independentemente do pacto entre ambos os partidos, sejam vereadores das pessoas, mais do que dos seus partidos”. No caso de não se pôr um travão a “esta barbaridade”, anunciou uma concentração em frente à Junta das Bardenas e uma manifestação nacional em Tutera.

“O que está em jogo – concluiu – são os interesses das empresas de armamento, e especialmente dos amigos íntimos da Casa Real espanhola. Vão perguntar ao rei e aos seus amigos que interesses têm nas Bardenas, porque sabem bastante do tráfico de armas”.

Moções do NaBai e da IUN
Por seu lado, o NaBai apresentou no Parlamento uma moção para instar o Governo a dar os passos necessários para inscrever as Bardenas como “bem imóvel” de Nafarroa, e a IUN outra moção para que o Executivo rejeite a prorrogação da utilização do campo.

Iñaki VIGOR
Fonte: Gara