terça-feira, 28 de outubro de 2008

Chegou ao fim o I Congresso Internacional Jorge Oteiza


Manterola vê na obra de Oteiza «um ciclo de procura de si mesmo»

O I Congresso Internacional Jorge Oteiza terminou, na sexta-feira, tal como começou, na terça: com a presença decorativa do conselheiro navarro da Cultura e sem uma única palavra em euskara. A diferença foi que nesta última ocasião Pedro Manterola apresentou uma conferência magistral, amena e compreensível sobre o artista oriotarra, o que lhe valeu o reconhecimento por parte da assistência, na forma de um caloroso aplauso que, muito provavelmente, foi o mais prolongado destes quatro dias.

Pedro Manterola deixou de estar à frente do Museu Jorge Oteiza, em Altzuza, e da cátedra dedicada a este artista na Universidade Pública de Nafarroa no ano passado, mas o vasto conhecimento que acumulou sobre a vida, a obra e o pensamento oteiziano foram determinantes para que fosse ele a encerrar este I Congresso Internacional.

Em tom pausado e humilde, Manterola começou por avisar que já não tem muitas coisas a dizer sobre Oteiza e que o seu discurso ficou “envelhecido”, porque o repetiu “milhares de vezes”. Apesar disso, falou durante 33 minutos seguidos sobre Oteiza, sem ler absolutamente nada, excepto um par de citações que queria transmitir de forma textual.
O ex-director do Museu de Altzuza quis abordar a diferença entre Oteiza-homem e Oteiza-artista e, neste sentido, constatou que “nos encontramos face a um personagem desmesurado, cuja obra se oculta atrás da sua gigantesca figura”. Depois de confessar que sempre deu mais importância à obra do artista que à sua personalidade, Manterola foi sincero ao reconhecer uma alteração para a qual chamou a atenção nos últimos tempos: “Agora já não estou tão seguro se o importante é a obra de Oteiza ou Oteiza ele mesmo”.

«Procura de si mesmo»
Seguindo este fio condutor, Pedro Manterola afirmou que Jorge Oteiza concebia a arte como “um instrumento para a criação do homem”.
“Odeio a obra de arte”, costumava dizer Oteiza. No entender de Manterola, com esta afirmação o artista basco queria expressar que a escultura era “o caminho que alguém faz para se encontrar a si mesmo e em si mesmo”.
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