Um carro armadilhado rebentou por volta das 11h10 da manhã na zona de estacionamento situada junto ao edifício central da Universidade de Navarra, em Iruñea [Pamplona]. Os edifícios contíguos foram evacuados e a explosão provocou uma grande fumarada na zona. Um comunicante que disse falar em nome da ETA tinha dado o alerta à DYA de Araba uma hora antes.
O carro armadilhado estava colocado no estacionamento situado nas traseiras do edifício central da universidade.
A explosão fez com que começassem a arder dez carros e causou danos a mais 30 veículos. Como consequência, uma grande fumarada inundou a zona do atentado.
Todos os estudantes, bem como os trabalhadores do centro, foram evacuados para Iturrama, e os acessos à universidade foram cortados por agentes da polícia espanhola.
De acordo com a agência EFE, 21 pessoas, nenhuma delas com ferimentos graves, foram atendidas até às 14h00 em três centros hospitalares de Iruñea, para os quais foram levados após a explosão do carro armadilhado.
Das pessoas atendidas, 18 receberam assistência na Clínica Universitária de Navarra: duas continuam na Unidade de Observação, outras duas encontram-se sob observação no Serviço de Urgência e podem receber alta nas próximas horas; os outros 14 já saíram da unidade hospitalar, segundo informaram fontes deste centro.
Várias testemunhas presenciais afirmaram que, em consequência da explosão, caíram “todos os vidros” do lado da biblioteca mais próximo da zona do estacionamento onde ocorreu a explosão.
Havia também “muito fumo” no piso situado ao nível da cave. Após a deflagração, “quatro ou cinco carros” do estacionamento ficaram envoltos em chamas.
Ambulâncias, bombeiros, e várias unidades da polícia acorreram imediatamente ao local da explosão.
Aviso e colocação
A DYA de Gasteiz confirmou ter recebido uma chamada anónima em nome da ETA às 9h53 da manhã, a alertar para a colocação do carro armadilhado.
O ministro espanhol do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, compareceu para dar detalhes sobre o atentado. Assim, afirmou que uma hora antes da explosão um comunicante anónimo tinha dado o alerta à DYA, precisando o modelo e a cor da viatura, um Peugeot branco.
Ainda segundo o ministro, o comunicante teria precisado que o carro se encontrava no “campus universitário”, e que a Ertzaintza teria ido ao campus da EHU-UPV [Universidade do País Basco] para examinar a zona. De acordo com a sua versão, ao não encontrar o carro, a polícia autonómica teria levantado o dispositivo de segurança.
As informações são confusas, e não batem certo entre si, já que a agência EFE, citando a Delegação do Governo espanhol na CAV [Comunidade Autónoma Basca], tinha informado que “a chamada foi recebida pelas 9h50 e a DYA avisou a Ertzaintza, que se encarregou de notificar Navarra”.
Roubo em Zumaia
Rubalcaba especificou, por outro lado, que o carro armadilhado foi roubado ontem à noite em Zumaia, e que esse facto foi denunciado na esquadra da Ertzaintza em Zarautz.
Sexto ataque à Universidade de Navarra
O atentado hoje ocorrido em Iruñea é o sexto que a Universidade de Navarra sofre. A organização armada tinha atacado esta universidade, pertencente à Opus Dei, também em 1979, 1980, 1981, 1983 e 2002.
Esta última acção, realizada em Maio de 2002, também foi perpetrada através de um carro armadilhado estacionado junto ao edifício central.
Fonte: Gara