quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sete dos detidos no sábado são encarcerados e Jonathan Guerra vê prolongada a detenção

O juiz Baltasar Garzón mandou para a prisão quatro dos cinco jovens detidos no sábado – Igor García, Asier Ortiz de Guinea, Sergio Bravo e Gorka Iriarte – e prolongou a detenção de Jonathan Guerra. Alex Uriarte, Gorka Azpitarte e Jurdan Martitegi também foram encarcerados, depois de comparecerem perante a juíza Laurence Le Vert. Estes dois últimos afirmaram que a sua detenção foi bastante violenta.

Depois de os interrogar durante mais de seis horas, o juiz Baltasar Garzón mandou para a prisão Igor García, Asier Ortiz de Guinea, Sergio Bravo e Gorka Iriarte. Acusa-os de colaboração e/ou integração na ETA, segundo a EFE e a Europa Press.
Em relação a Jonathan Guerra, o juiz decidiu prolongar a sua detenção e agendar uma nova comparência para amanhã às 12h30, na qual, após examinar o computador do jovem, Garzón tomará uma decisão, segundo informou o Movimento pró-Amnistia. Até lá, continuará na prisão.

Laurence Le Vert, por seu lado, processou Jurdan Martitegi, Gorka Azpitarte e Alex Uriarte por “associação de malfeitores com fins terroristas”. Em seguida, a juíza deu-lhes ordem de prisão.
Os três cidadãos bascos são ainda acusados de roubo, posse de documentação falsa, uso de matrículas de veículos falsificados e “ocultação de extorsão relacionada com uma empresa terrorista”.

Detenção bastante violenta
Martitegi foi encarcerado em Nanterre, Azpitarte em Osny e Uriarte em Meaux, segundo informou o Movimento pró-Amnistia.
Esta organização afirmou que a detenção destes três bascos ocorreu de forma muito violenta, sobretudo no caso de Martitegi e Azpitarte – atiraram-nos para o chão, pisaram-lhes a cara enquanto estavam algemados, e iam-lhes dando pontapés.

Em virtude da violência da detenção, Azpitarte necessitou de assistência médica. O habitante de Eskoriatza tem numerosos hematomas na cara e pontos no sobrolho direito e no lado esquerdo da cara. No hospital, extraíram-lhe uma pedra que se meteu na pele enquanto o mantiveram no solo, de acordo com o Movimento pró-Amnistia.
Os detidos disseram que os polícias gravaram e fotografaram toda a detenção com os telemóveis.
No que diz respeito aos jovens detidos em Araba, Gipuzkoa e na Bizkaia, relataram que o tratamento recebido nas instalações policiais foi, “de um modo geral, correcto”.

Denúncia
O Movimento pró-Amnistia denunciou “a manipulação e a montagem mediática” em torno desta operação. “Vimos que a guerra de propaganda do Governo espanhol não tem limites, venderam mentiras e informação interessada todos os dias através das grandes agências e meios de comunicação, e, em vez de se difundir informação objectiva e veraz, primou o jornalismo feito sob claros fins políticos”, criticaram.

Lembraram que nos últimos 30 anos foram detidos mais de 35 000 cidadãs e cidadãos bascos em consequência do conflito político e que há actualmente 740 presos políticos bascos nas prisões francesas e espanholas. “A repressão não cessou durante estes anos, ficou claro que o conflito político dificilmente será ultrapassado com repressão, com prisão, com mais detenções e com mais operações policiais”, sublinharam.
Por fim, face à repressão, apelaram a uma “resposta contundente” e à participação nas mobilizações que terão lugar amanhã em Gasteiz.

Fonte: Gara

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