quarta-feira, 29 de abril de 2009

Tortura: a Audiência Nacional espanhola oculta o vídeo de Castro


Quase dois meses depois de a Ertzaintza ter detido e mantido sob incomunicação Manex Castro, que denunciou ter sido maltratado na esquadra, a Audiência Nacional espanhola recusou-se a entregar a cópia do vídeo da sua detenção por considerar “pouco crível” o seu relato.

O Tribunal Central de Instrução número 6 da Audiência Nacional espanhola não irá entregar qualquer cópia do vídeo gravado pela Ertzaintza durante o período de incomunicação a que Manex Castro foi sujeito, argumentando que o testemunho de maus-tratos do jovem de Villabona não possui credibilidade de qualquer espécie. O juiz espanhol Eloy Velasco tomou a decisão na sequência do pedido feito pela Procuradoria.

No dia 25 de Março, a defesa de Manex Castro solicitou à Audiência Nacional espanhola uma cópia do vídeo que o Departamento de Interior de Lakua remeteu ao tribunal de excepção. No dia 20 de Abril, a Audiência Nacional espanhola rejeitou aceder a esse pedido por não considerar digno de credibilidade o relato de tortura efectuado pelo jovem de Villabona, que seria corroborado semanas depois numa entrevista publicada no Gara.
Para sustentar a rejeição, o juiz Velasco defende ainda que, nesta fase do processo, tem “a obrigação de proteger o segredo de justiça e a identidade dos agentes da Ertzaintza que aparecem na gravação”.

Denúncia ao Ararteko
Convém lembrar que Manex Castro foi detido pela Polícia autonómica na madrugada de 1 de Março e mantido sob incomunicação durante cinco dias, após os quais denunciou ter sido espancado e sofrido torturas psicológicas.
Para além de a Ertzaintza não ter cumprido o protocolo estabelecido por Lakua no que se refere às detenções, a de Castro foi a primeira num espaço de dois anos em que o detido foi mantido sob incomunicação. Por essa falta de cumprimento do estabelecido, a família de Manex Castro apresentou uma denúncia ao Ararteko [Defensor do Povo], com quem mantiveram uma reunião.
Notícia completa: Gara