sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Homenagem e exigência de reconhecimento a Karmele Solaguren, em Barañain

Mais de 600 pessoas encheram ontem o Auditório de Barañain (Nafarroa) para assistir à sessão de homenagem a Karmele Solaguren, que morreu há onze anos num acidente quando ia visitar o seu filho, Ekain Guerra, à prisão de Alcalá Meco. A homenagem, promovida pela plataforma Karmele Gogoan, foi extensiva às 16 vítimas mortais da política de dispersão que os governos espanhol e francês mantêm.

No palco, assumiu destaque a silhueta vazia de Karmele, a figurar o vazio que a sua morte deixou em Barañain. Ao longo de uma hora e meia, houve várias actividades centradas na dispersão, como representações teatrais, uma abordagem às últimas décadas, actuações musicais, bertsos, monólogos, paródias e projecção de vídeos, que tiveram o momento mais emotivo na recordação do acidente que, em Dezembro de 2004, custou a vida a Solaguren e provocou graves ferimentos ao seu marido, José Luis Guerra.

A sessão contou também com a intervenção de mães de presos, que falaram «da angústia e da ansiedade» geradas pelas longas viagens às prisões para poder ver os seus filhos apenas uns minutos. Por seu lado, um ex-preso falou da preocupação com que, nas celas, aguardam as visitas de familiares e amigos.

Membros da Karmele Gogoan recordaram que «houve 16 visitas que não chegaram em viagens que jamais deviam ter existido». No final, anunciaram que vão propor a colocação de um monumento evocativo a Karmele Solaguren, «um primeiro passo para o reconhecimento». / Ver: naiz, ahotsa.info e Berria