terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

No mapa das valas do franquismo há 277 localizações em Euskal Herria

No mapa das valas onde se quiseram esconder os crimes da Guerra de 36 aparecem 277 localizações em Euskal Herria. Algumas já foram exumadas, outras continuam à espera e todas assinalam o prólogo do que ainda há para fazer.

naiz.eus * E.H.
Por trás de um mapa das valas do franquismo há muito mais que um gráfico de localização da barbárie. O mapa conta também uma história de ocultação, documenta vidas e dá o necessário impulso oficial de que precisa um terreno até agora pouco transitado pelos poderes oficiais no Estado espanhol. A Lei da Memória Histórica obriga as administrações a criarem os seus respectivos mapas. O Governo de Nafarroa fê-lo em 2013 (http://fosas.navarra.es) e, recentemente, o Executivo de Gasteiz pôs o seu à disposição dos cidadãos (http://www.lehendakaritza.ejgv.euskadi.eus/memoria-historica). Este viu a luz favorecido pelo plano de acção que contempla o acordo de colaboração com a Aranzadi, sociedade científica pioneira e referencial nos trabalhos de localização, documentação e exumação de valas.

A leitura deste atlas de enterros que se quiseram para sempre escondidos serve ainda para traçar o prólogo do que ainda resta fazer. Juntando os dados de Nafarroa e da Comunidade Autónoma Basca, fica-se com 277 localizações de valas do franquismo no País Basco Sul. Em Nafarroa foram encontradas 157, 47 em Gipuzkoa, 45 na Bizkaia e 28 em Araba. De todas elas, houve 91 casos em que se procedeu à recuperação dos restos mortais. Noutros casos, as valas, uma vez abertas, apareceram vazias. O olhar dirige-se então para o Vale dos Caídos, o mausoléu do horror onde foram enterrados milhares de mortos, que, carregados em camiões negros, para ali foram transportados de todos os pontos da península. / LER mais: SareAntifaxista