domingo, 26 de março de 2017

K17: «Só o socialismo tornará o povo trabalhador dono do seu futuro, como há 100 anos»

Teve ontem lugar, pelo meio-dia, na Herriko Plaza de Barakaldo (Bizkaia), a sessão pública de apresentação da K17, uma iniciativa surgida em Euskal Herria, «plural e aberta», com o propósito de «comemorar e reivindicar a Revolução Socialista de 1917, por ocasião do seu centenário». O acto, conduzido pelo historiador Jon Kortazar e pela sindicalista e escritora Sonia González, teve o apoio de algumas dezenas de pessoas.

Na sua intervenção, Sonia González referiu-se à «importância indiscutível da Revolução Socialista de 1917», e sublinhou a relação entre os factos ocorridos há 100 anos e «outros acontecimentos históricos e sociopolíticos, como o avanço dos processos revolucionários na América Latina ou o desenvolvimento do Estado de Bem-estar a que o capital europeu teve de lançar mão para conter o perigo revolucionário ao longo do século XX».

A sindicalista e escritora também se referiu a vivências de carácter pessoal, como o massacre de familiares seus, há 80 anos, por serem comunistas, ou o facto de a iniciativa ser apresentada em Barakaldo, a terra operária que acolheu a sua família foragida de Málaga (Andaluzia).

González reivindicou a validade da revolução centenária, salientando que, «se queremos um futuro em que as pessoas, as suas necessidades, desejos, potencialidades estejam em primeiro lugar, um futuro em que corramos de vez com a tirania dos mercados, o lucro desenfreado, a desigualdade, a exploração… esse futuro passa necessariamente pelo socialismo».

Por seu lado, Jon Kortazar, porta-voz da K17, expôs os motivos, as características e os objectivos da iniciativa, que caracterizou como «plural». Ao longo deste ano, disse, a K17 vai promover actos e debates, procurando divulgar «o conhecimento sobre 1917 no seio da sociedade basca, bem como reivindicar o seu legado».

Kortazar disse que o desconhecimento ou a desvalorização da Revolução Russa se deve ao «abandono da classe trabalhadora como sujeito político», assim como à «criminalização do comunismo». O historiador destacou a importância da Revolução de 1917, por ser a primeira revolução que abriu caminho a um Estado operário duradouro e por «ter influenciado toda a política do século XXI, sendo uma referência para as lutas de emancipação». / Ler texto na íntegra [eus./cas.]: k17.eus