domingo, 20 de setembro de 2009

A plataforma Herria Abian, pela transformação social em Euskal Herria

A plataforma social Herria Abian apresentou no início do Verão um diagnóstico sobre a situação socioeconómica de Euskal Herria, no qual se apontavam as razões para se ter chegado à crise actual e os seus responsáveis. Três meses depois, a iniciativa pela transformação social revê aquelas conclusões num comunicado enviado na sexta-feira à comunicação social, e constata que «existe um pacto entre a elite económica e a classe política para fazer a classe trabalhadora pagar a crise».

Nesse contexto, a Herria Abian convocou uma assembleia geral para o próximo dia 17 de Outubro, em que se pretende avançar no propósito de «apresentar a esses sectores um espaço comum para unir forças e caminhar em direcção à mudança social de que Euskal Herria necessita».

O encontro de Outubro servirá ainda para determinar as dinâmicas a tomar com vista ao novo ano político, havendo duas tarefas principais: «continuar a divulgar o que é a Herria Abian, e continuar a juntar sectores, colectivos e pessoas a título individual em torno desta iniciativa, em torno da necessidade de mudança social e de instrumentos para que em Euskal Herria se possa concretizar essa mudança».

A plataforma propõe, para além disso, intensificar a sua presença nas ruas através de mobilizações «que defendam os nossos direitos e apontem os responsáveis pela actual situação». De facto, sublinha a importância de «dar continuidade às lutas que se têm vindo a desenvolver nos últimos anos em diversos âmbitos», entre as quais destaca as três greves gerais, as mobilizações contra os ERE, os despedimentos e os acidentes laborais mortais, assim como as mobilizações pelos direitos das mulheres, das pessoas migrantes e pelo direito à habitação.

A plataforma avança, por outro lado, que vai definir uma tabela com as reivindicações do movimento popular de Euskal Herria, uma espécie de «conjunto de medidas para fazer frente à crise e que, ao mesmo tempo, remetam para o objectivo da mudança social». Neste caso, será também através de um processo participativo que se concretizará a tabela de reivindicações, noutras jornadas, para as quais não se aponta uma data concreta.

A Herria Abian insiste, a este respeito, na noção de que esta proposta de trabalho segue a constatação de que «a solução e a mudança de que a classe trabalhadora precisam não vão surgir a partir das actuais instituições, porque já estamos a assistir à existência de uma aliança entre essas instituições e os patrões».

A outra diferença em relação ao diagnóstico realizado em Junho é que a situação já então precária para milhares de famílias «provavelmente se deve agravar». A Herria Abian, a esse respeito, avisa que as últimas actuações das instituições baptizadas como planos anticrise, tanto a nível internacional como em Euskal Herria, «tentam salvar os ricos, enquanto a nós, a classe trabalhadora, nos deixam as migalhas».

Mal, «mesmo que voltássemos à situação anterior à crise»
A Herria Abian salienta na sua última análise que os famosos «espaços verdes» que parecem vislumbrar-se em algumas economias não representam um horizonte de bem-estar para todos.
«Mesmo que os números da economia voltassem a [exibir] a acumulação de grandes lucros, mesmo que voltássemos a uma situação semelhante anterior à crise, uma parte da população iria continuar numa situação precária», salienta. A iniciativa popular insiste na ideia de que o problema de fundo é a justiça social e a divisão da riqueza, associado à limitação de direitos sociais e laborais.

Fonte: Gara

Comunicado apresentado pela iniciativa popular Herria Abian (cas./eus.): kaosenlared.net