quinta-feira, 18 de junho de 2009

Dois anos de prisão para Zigor Goikoetxea


O preso político de Algorta Zigor Goikoetxea foi julgado na Audiência Nacional espanhola em meados de Abril, na sequência de uma queixa apresentada pela militante do PP Marisa Arrue, que o acusou de a ter ameaçado. O magistrado pedia uma pena de seis anos de prisão e a acusação particular, dez. Zigor foi encarcerado quando ia prestar declarações ao tribunal de excepção, e continuou preso à espera do julgamento.

A pena decretada foi: dois anos de prisão; proibição de viver em Getxo; proibição de estar a menos de 300 metros de Marisa Arrue [ufa!!!]; pagamento de uma indemnização de 6000 euros a Marisa Arrue.

O advogado de Zigor, Alfontso Zenon, vai solicitar hoje a sua libertação.
Zigor askatu! Não aos julgamentos-farsa! Euskal Herriak askatasuna behar du!

Fonte: etengabe

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Para se perceber os contornos vergonhosos de todo este processo, ver a notícia que aqui publicámos em Abril, via Gara: A justiça: o caso de Zigor Goikoetxea

Arrúe disse que «teve medo» e pedem seis anos de prisão para Goikoetxea

Dois polícias espanhóis, dois polícias municipais de Getxo, e um quinto cidadão garantiram ontem no tribunal de excepção, AN, não terem ouvido a ameaça que Arrúe acusa Goikoetxea de ter proferido.

Marisa Arrúe, entretanto, voltou a apontar o dedo ao jovem algortarra, “sem qualquer dúvida”, assegurando que se dirigiu a ela “em tom ameaçador” e que lhe atirou por duas vezes com a frase: “Vamos-te matar em menos de cinco anos”. Na sua alocução, a edil afirmou que “este personagem, não sei se me tomou de ponta, mas ameaçou-me várias vezes e, de cada vez que o vejo, tenho medo”.
Não é a primeira vez que Arrúe se refere desta forma a Goikoetxea, já que no dia da sua detenção se manifestou “mais livre e feliz” por não ter de o voltar a ver nas ruas do município que ambos partilham.

Tanto o representante do Ministério Público como as acusações particulares, exercidas pela própria Arrúe e o seu partido, pediram seis anos de prisão.

Os factos que levaram à detenção, ao encarceramento e agora ao julgamento de Goikoetxea remontam a 10 de Agosto do ano passado, quando a edil, acompanhada por outros membros do seu partido, foi visitar o mercado de San Lorenzo, em Getxo. De acordo com a sua versão, a única acusação, dado que não há nenhuma outra forma de provar os factos – nem imagens nem testemunhas –, um grupo de pessoas “injuriou-a, insultou-a e ameaçou-a”.

Num primeiro momento, Arrúe disse que lhe tinham chamado “torturadora”. Dois dias depois referiu-se a essas pessoas como “cães” e só então afirmou ter sido “vítima de ameaças de morte”, apontando Zigor Goikoetxea como o “autor das ameaças”.

O testemunho da edil não ofereceu “garantias” num caso semelhante

Não é a primeira vez que Marisa Arrúe acusa um jovem abertzale. A edil do PP já em Dezembro de 2005 denunciou três jovens de Algorta. No dia do julgamento, quando lhe perguntaram se seria capaz de reconhecer os acusados, afirmou, como o fez ontem com Zigor Goikoetxea, poder fazê-lo “sem qualquer dúvida”. Mas assim não sucedeu. Apesar de ter os três acusados à sua frente, “confundiu-se” e apontou para um polícia, que acompanhava um deles, como sendo o autor dos factos.

A sentença absolveu os acusados e considerou-se que o testemunho de Arrúe não oferecia “garantias”. Vamos ver se agora já as oferece.
Fonte: Gara