segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A juventude de Barañain e de Lizarra responde à repressão


Na sexta-feira, o movimento juvenil de Barañain, acompanhado por gente de todas as idades, respondeu com veemência aos últimos ataques contra a juventude basca, bem como à ameaça de despejo que pesa sobre o gaztetxe da localidade navarra. Convém destacar que na última operação contra este colectivo, em Novembro passado, oito barañaindarras se viram afectados, sendo que outros sete foram atingidos por operações em 2008.

Durante toda a jornada de sexta-feira este colectivo arraigado no município recebeu o apoio dos seus vizinhos, havendo interrupções nas actividades lectivas e laborais na parte da manhã e uma manifestação importante à tarde. No caso da ikastola Alaitz, foram os próprios professores, pais e mães que tomaram conta da mobilização.

Com o lema «La juventud de Barañain en marcha», o movimento juvenil reiterou o seu propósito de continuar a trabalhar. Recordaram, concretamente, o trabalho realizado nos últimos tempos em prol de umas festas populares, do espaço autogerido que é o gaztetxe, do euskara e da cultura ou da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. E esclarecem que, se são considerados delinquentes por isso, «irão continuar a sê-lo».
«Somos os terroristas de que vocês andam à procura», afirmam ironicamente nos cartazes espalhados pela localidade.

Afirmam que quanto maior foi o envolvimento da juventude e a adesão popular, maiores foram as proibições. Consideram, no entanto, que também está mais perto uma outra Barañain, pelo que insistem: «se a repressão é a única contrapartida que têm para oferecer ao nosso trabalho, estamos dispostos a pagar o preço da prisão».

No sábado, em Lizarra, cerca de mil pessoas saíram à rua em defesa de cinco jovens que se encontram à espera de julgamento, em virtude de terem sido constituídos arguidos após uma carga da Guarda Civil durante a batucada das festas desta localidade navarra, a 4 de Agosto deste ano.
Os jovens, que correm o risco de ir parar à prisão, receberam no início de Novembro a solidariedade de 38 colectivos de Lizarra, que pediram à Câmara Municipal que lhes dê apoio.
«Como é possível que participar numa kalejira festiva possa acabar num teste de ADN?». «O que aconteceu no dia 4 de Agosto é mais um sintoma do tipo de sociedade em que vivemos», destacaram os quase quarenta colectivos da localidade navarra.
Fonte: Gara e Gara