sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Enparantza e Etxaburu livres e à espera de sentença, depois do julgamento na AN


Depois de quase três semanas de cativeiro por se terem recusado a comparecer na audiência de Janeiro, Jon Enparantza e Estanis Etxaburu foram julgados ontem na Audiência Nacional espanhola pelo acto celebrado em 2005 em honra do preso Joxe Mari Sagardui, Gatza, numa altura em que este cumpria 25 de prisão. Nenhum deles reconheceu o tribunal, que consideram não possuir «legitimidade para os julgar», e, após a audiência, puderam regressar a casa, enquanto aguardam pela sentença, tal como solicitado pela defesa.

Tal como o fizeram na declaração pública em que deram a conhecer a recusa em se deslocar à Audiência Nacional - de 27 a 29 de Janeiro, quando foram julgados Arnaldo Otegi, Itziar Galardi e Josune Irakulis -, Jon Enparantza e Estanis Etxaburu reiteraram ontem no tribunal de excepção que «não devem qualquer esclarecimento sobre a actuação pública e política que desenvolvem», e precisaram que «tudo o que tinham a dizer foi dito perante os meios de comunicação e em Euskal Herria». Consideraram ainda que o tribunal de excepção espanhol não «tem legitimidade alguma para julgar cidadãos bascos».

A Procuradoria pede uma pena de quinze meses de prisão por «enaltecimento do terrorismo» pela simples participação neste acto, que teve lugar no dia 9 de Julho de 2005.
No julgamento realizado anteriormente ficou claro que se tratou de uma iniciativa promovida por cidadãos para denunciar o facto de o natural de Zornotza estar na prisão depois de já ter cumprido a pena, situação que ainda se mantém, pelo que se encontra privado de liberdade há quase 30 anos.

«Não iremos à Audiência Nacional, pelo menos, voluntariamente». Foi desta forma contundente que Enparantza e Etxaburu se manifestaram perante a imprensa na véspera do início do julgamento. Três dias depois, a 29 de Janeiro, foram detidos por forças que davam cumprimento ao mandado de busca e captura emitido pela juíza Ángela Murillo.
Desde então, Enparantza e Etxaburu estiveram encarcerados a centenas de quilómetros das suas respectivas casas.

Por outro lado, em Iurreta (Bizkaia) 35 pessoas concentraram-se por causa do julgamento que está a decorrer em Paris contra Alaitz Areitio e na terça-feira 150 pessoas juntaram-se no Arriaga de Bilbau em defesa dos direitos dos presos.
Fonte: Gara