segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Presos políticos bascos, repressão e solidariedade internacional


Manifestação solidária em Milão
Para culminar a Semana de Solidariedade, que percorreu diversos pontos da Europa, no sábado as ruas de Milão acolheram uma manifestação convocada por doze grupos italianos de solidariedade com Euskal Herria, juntamente com solidários com a causa curda, palestiniana e de outros povos de Abya-Yala (América Latina).
Ali, ganharam especial destaque a situação que Euskal Herria atravessa e, em particular, a repressão sofrida pelos presos políticos e que incide também nas mostras de solidariedade para com eles, pelo que as suas fotos encabeçavam a marcha em que participaram cerca de 3000 pessoas. Ao passar por sedes institucionais como o Instituto Cervantes ou o Posto de Turismo espanhol, fizeram questão de denunciar a atitude repressiva do Estado espanhol.
Também no sábado, houve uma concentração a favor dos direitos dos presos em Hondarribia (Gipuzkoa), onde estiveram presentes 34 pessoas.

Familiares do preso Mikel Garmendia sofrem um acidente a caminho de Herrera
Os pais do jovem de Villabona Mikel Garmendia dirigiam para a prisão de Herrera de la Mancha quando se viram envolvidos num choque em cadeia junto à localidade madrilena de Pinto. Ambos saíram ilesos do sinistro e, depois de alguns familiares terem ido ter com eles, puderam ir visitar o seu filho à prisão e regressar a Euskal Herria. Garmendia foi preso a 4 de Março do ano passado pela Ertzaintza. Desde então, esteve nas prisões espanholas de Soto de Real e de Herrera de la Mancha.
Este novo acidente coincide com os actos de evocação do jovem Ruben Garate, que faleceu há 10 anos, vítima da dispersão. Este habitante de Otxandio (Bizkaia) regressava de uma visita a um preso político basco em Alcalá Meco quando sofreu um aparatoso acidente, junto a Burgos, que lhe custou a vida. Como acontece todos os anos, os habitantes de Otxandio organizaram actos em memória do jovem.

Anabel Prieto sai da prisão depois de pagar 20 000 euros
Anabel Prieto abandonou na sexta-feira à tarde a prisão de Castelló, depois de pagar uma fiança de 20 000 euros, segundo informou o Movimento pró-Amnistia. A jovem bilbaína foi presa a 22 de Julho de 2008 no âmbito de uma macro-operação levada a cabo pela Guarda Civil que se saldou com a detenção de dez pessoas. Prieto, tal como outras pessoas então detidas, denunciou ter sido torturada durante o período de incomunicação. No ano e meio que permaneceu encarcerada conheceu diversas prisões espanholas, a centenas de quilómetros da sua casa.
Fonte: Gara

Polícias à paisana encapuzados levaram Zigor Goikoetxea
Polícias à paisana encapuzados detiveram-no na sexta-feira, pouco antes da meia-noite, num bar de Algorta, onde se encontrava com vários amigos. Testemunhas relataram ao Gara que os agentes chegaram ao local em três carros e entraram pelo bar adentro «armando confusão, brandindo os cacetetes e gritando: 'Vamos, Zigor, vem connosco!...' E levaram-no algemado». Na semana passada, foi confirmada a pena de dois anos de prisão que a Audiência Nacional impôs ao jovem por alegadas «ameaças de morte» proferidas contra a edil do PP em Getxo Marisa Arrúe.
Entretanto, o Movimento pró-Amnistia de Uribe Kosta divulgou que o Zigor, depois de ser detido pela Polícia Nacional, foi levado para a esquadra de Indautxu (Bilbau), onde o interrogaram durante três horas, sendo depois encarcerado em Basauri. Hoje, será conduzido à Audiência Nacional, em Madrid.
Por outro lado, o MPA fez saber que o algortarra Jon Rosales, o elorriotarra Adur Aristegi e o donostiarra Faustino Marcos denunciaram ter sido vítimas de maus tratos por parte da Guarda Civil. No sábado, o juiz Fernando Grande-Marlaska deu ordem de prisão aos três. Entretanto, a Guarda Civil prendeu o jovem Igor Maiora em Oiartzun (Gipuzkoa).
Na foto, cerca de 200 pessoas denunciam as detenções e os encarceramentos em Algorta, tal como tem acontecido nos últimos dias.
Fonte: Gara e etengabe