quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Portugueses juntam-se para debater a repressão no País Basco

No âmbito da Semana de Solidariedade com o País Basco, juntaram-se mais de três dezenas de pessoas para debater a situação que vive o povo de Euskal Herria. No Clube Estefânia, em Lisboa, também estiveram presentes vários jornalistas, que tiveram a oportunidade de ouvir a outra parte do conflito.

Na mesa do debate, um activista da Associação de Solidariedade com Euskal Herria (ASEH) fez um resumo dos objectivos da organização, referiu as conclusões do debate da esquerda independentista e anunciou a recolha de mais de 500 assinaturas contra a extradição dos dois independentistas bascos presos em Portugal.

Também na mesa, Rui Pereira, jornalista e escritor, começou por dizer que a pretensão de querer constituir um Estado é democrática e que nem o Estado português, o francês ou o espanhol se constituíram sem violência. Durante a sua exposição, criticou profundamente os media portugueses e desconstruiu parte das mentiras que se têm divulgado.

Por sua vez, a advogada basca Edurne Iriondo explicou que as leis e os tribunais espanhóis são instrumentos de repressão do Estado. Disse ainda que se pode ser considerado «terrorista» sem sequer se participar em qualquer acto de violência. Depois, descreveu diversos elementos de todo o processo repressivo, como a incomunicação, a dispersão, o papel do tribunal de excepção que é a Audiência Nacional espanhola e a sua subordinação ao poder político.

No fim, teve a palavra o ex-preso político Gaizka Larrinaga, que descreveu como foi detido e torturado, com outros companheiros, em 2004. Explicou todo o processo de detenção e como este foi planificado para coincidir com o lançamento da Proposta de Anoeta. Também abordou os meandros dos processos judiciais e como, apesar das denúncias de tortura, não houve qualquer atenção por parte dos juízes.
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Mais informação - reportagem de Marco Leitão Silva:
http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1047205.html