terça-feira, 15 de março de 2011

Intelectuais como Petras, Taibo, Dieterich ou Collon exigem a legalização

Intelectuais e profissionais de todo o tipo de diferentes partes do mundo colocaram já a sua assinatura num manifesto que acaba de ser posto em circulação e que reclama a legalização da esquerda abertzale. Fá-lo com esta reflexão final: «Se nunca houve razões que motivassem a ilegalização de uma força política, retorcer a legislação até limites insuspeitados com o objectivo de perpetuar esta situação, além de antidemocrático, é contrário aos anseios de paz da maioria da cidadania».

Esta demanda ganhou peso em Euskal Herria nos últimos tempos, com exemplos como a manifestação que reuniu mais de 40 000 pessoas em Bilbo há três semanas. O documento, que continua a recolher assinaturas, saúda expressamente a iniciativa da esquerda abertzale: «Após um intenso debate, voltou a demonstrar com a proposta 'Zutik Euskal Herria' a sua vontade e vocação de superar o conflito político basco através de vias exclusivamente políticas e democráticas, mostrando ainda a sua vontade de constituir uma formação política que, cumprindo a citada legislação, trabalhe pela consecução da paz e o desenvolvimento de um projecto legítimo, tal como é o independentista e socialista basco», pode-se ler.

De todo o planeta
Já há mais de uma centena de signatários, entre os quais se podem destacar os casos de intelectuais de esquerda tão relevantes como o norte-americano James Petras ou o alemão estabelecido no México Heinz Dieterich. O escritor da mesma nacionalidade Raúl Zelik, o jornalista e escritor belga Michel Collon ou o professor Carlos Taibo também aparecem na lista, tal como o jornalista e colaborador do Gara Antonio Alvarez Solís, o filósofo Javier Sádaba ou o actor Guillermo Toledo.

Subscrevem a petição outras pessoas conhecidas pela sua actividade política como o corso Jean Guy Talamoni, a palestina Khalida Jamar ou o galego Xose Manuel Beirás.
Todos eles lembram no início do texto que «sempre nos opusemos às leis que procuram limitar e coarctar o direito de participação política», espaço em que situam a Lei de Partidos espanhola. Dada a «clara vontade» da esquerda abertzale de «superar de uma vez por todas o longo conflito político basco», consideram que a legalização deve ser exigida «aos poderes públicos espanhóis». Em consequência, instam-nos a pôr «fim à discriminação política a que é submetida a esquerda abertzale e a acabar com o abuso legal a que é sujeita».
Fonte: Gara