terça-feira, 15 de março de 2011

A maioria sindical pede ao Governo espanhol que legalize o Sortu

Os sindicatos ELA, LAB, STEE-EILAS, EHNE e Hiru criticaram as «manobras políticas» que se estão a verificar para evitar a legalização do Sortu, tendo afirmado que as condições antes estabelecidas pelo Estado como «necessárias e suficientes» para legalizar uma sigla agora «se transformaram em algo de anedótico».

Na sua opinião, isso significa que, «na verdade, para eles não tem importância se o Sortu cumpre a lei ou não».

Na conferência de imprensa que deram em Bilbo, consideraram «falso» o debate sobre a questão da «suficiência», pois o que se pretende é «ocultar os espúrios interesses políticos e eleitorais» do PP e do PSOE, sinal «do escasso estofo democrático dos partidos hegemónicos do Estado, que pretendem colocar o poder judicial ao seu serviço».

ELA, LAB, STEE-EILAS, EHNE e Hiru sustentam que a legalização do Sortu é uma «exigência da maioria política, sindical e social» e, «antes de mais», «um dever democrático para com o sector da sociedade basca privado de expressão política».

«Não se pode falar de um país normalizado enquanto uma única das suas sensibilidades políticas não tiver garantida a possibilidade de concorrer eleitoralmente em condições de igualdade, bem como de participar nas instituições», salientaram.

Neste sentido, realçaram o facto de que a esquerda abertzale deve ser reintegrada, «sem mais demora», na vida política e institucional, tendo insistido que o Sortu deve ser legalizado para que possa ser corrigida nas instituições «a situação antidemocrática» decorrente da aplicação de «uma lei e jurisprudência injusta».

«Assim, deve pôr-se fim à sobre-representação de que gozam as restantes forças, o que desfigura a vontade manifestada pelo povo», reiteraram.

Os sindicatos quiseram deixar claro que o seu pedido de legalização do Sortu não representa a defesa de uma «posição partidária», mas a defesa de direitos civis e políticos e do avanço para a normalização.

Assim, pediram ao Governo espanhol que não «coloque entraves», apelaram à utilização do «senso comum» e disseram esperar que o Estado não dê atenção à brutal campanha mediática lançada «pela direita espanhola que está sedenta de sangue».
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