sábado, 24 de abril de 2010

A esquerda «abertzale» pede à ETA e ao Governo espanhol que respondam «de forma construtiva» à Declaração de Bruxelas

Cinco meses depois da Declaração de Altsasu, cerca de 175 pessoas, membros destacados da esquerda abertzale, apresentaram em Iruñea um novo documento que define «os passos que já se estão a dar e que deverão ser dados quanto antes na travessia que o processo democrático representa». Entre eles, destaque para o apelo que é feito tanto à ETA como ao Governo espanhol para que «respondam de forma construtiva» aos desafios colocados pela Declaração de Bruxelas, que qualifica de «ingrediente de primeira ordem».

No texto, que foi lido por Karmele Aierbe e Txelui Moreno, a esquerda abertzale aprofunda a questão da estratégia definida na resolução final do debate e traça de forma concreta e clara o caminho que deve ser trilhado e os passos a dar.

Considera ser «necessário que se verifiquem contactos com vista a estabelecer o diálogo político e a negociação» e insiste que «a libertação nacional e social se deve basear exclusivamente na actividade política».

A este respeito, manifesta uma atitude crítica com o esquema utilizado pelo Governo espanhol e pela ETA face aos desacordos verificados em anteriores processos de negociação, lembrando que a consequente reactivação da repressão e o retomar das acções armadas «não fizeram mais que criar um bloqueio maior». Considera que «esse esquema deve ser superado, e nessa direcção os princípios do senador Mitchell tornam-se o marco de referência».

A conferência vincou a aposta da esquerda abertzale «num processo político pacífico e democrático». Constata que os estados estão a responder a este compromisso com a repressão e o imobilismo para «nos afogar num cenário de bloqueio permanente. É nossa responsabilidade não cair na armadilha e tornar a mudança política irreversível».
Fonte: Gara

«Ondorioetatik, bidea eta urratsak. Ezker Abertzalea, abian»
«Depois das conclusões, o caminho e os passos. A Esquerda Abertzale, em marcha»




Excerto da declaração da Ezker Abertzalea

Iruñea, 24/05/2010