segunda-feira, 31 de maio de 2010

Algo que uma menina dificilmente entenderia


A pose de oposição dura e coerente que o PNV pretende transmitir em relação ao PSOE pode voltar a quebrar-se hoje se, tal como apontam as declarações feitas pelos dirigentes de ambos os partidos, os jelkides chegarem a um acordo sobre o denominado «Plan de Convivencia Democrática y Deslegitimación de la Violencia» que o Governo de Patxi López quer impor de maneira obrigatória aos alunos, aos docentes e aos pais e mães dos centros escolares de Araba, Bizkaia e Gipuzkoa. Face aos analistas que dizem que, depois de ter negociado algumas modificações, apoiar este plano é uma vitória de Joseba Egibar, o certo é que Iñigo Urkullu reivindica para si este «logro». Numa entrevista concedida ao Grupo Vocento, ontem Urkullu dizia à comunidade educativa basca que pode estar «relativamente tranquila» e que «o PNV fez um esforço». Uma parte vital dessa comunidade juntou-se ontem na Ibilaldia, e é difícil encontrar motivos para estar tranquila, para além do tremendo apoio popular que tem.

Tal como referiu este fim-de-semana o porta-voz do PSE, José Antonio Pastor, o mencionado Plano tem três princípios fundamentais: «A deslegitimação ética, social e política do terrorismo e da violência como ponto de partida de uma verdadeira educação em valores democráticos», «a defesa do estado de direito, da legalidade e das instituições democráticas» e «a centralidade das vítimas do terrorismo como agentes fundamentais de uma verdadeira cultura da paz, democracia e direitos humanos entre os alunos». E, insistiu Pastor, estes princípios são inamovíveis para o Governo de Patxi López, entre outras coisas porque são parte central do acordo que têm com o PP.

Estes princípios são os mesmos que o bloco unionista utilizou para ilegalizar e segregar os independentistas bascos. A Lei de Partidos está para o Direito como este Plano para a Educação. Também são os princípios nos quais baseiam a sua negação da nação basca, do conflito político, do direito a decidir... Visto isto, a pergunta de uma aluna da primária de qualquer ikastola poderia ser: «Orduan, zergatik babestuko dute?». [Então, por que é que o vão apoiar?]
Fonte: Gara