sexta-feira, 14 de maio de 2010

A ofensiva jurídico-policial de Paris provocou 92 detenções em Ipar Euskal Herria


Quase uma centena de pessoas, a maioria jovens, foram detidas desde 2007 em Ipar Euskal Herria [País Basco Norte]. Para a Askatasuna, com «esta política repressiva Paris pretende silenciar legítimas reivindicações». Exigirá «o fim da repressão» no sábado em Donibane Lohizune.

A Askatasuna afirmou na quarta-feira em Baiona que, desde a operação Kalaka - em 2007 -, a «política repressiva» de Paris relativamente a Ipar Euskal Herria e, mais concretamente, dirigida à militância abertzale mudou bastante.

Para Anaiz Funosas, que compareceu em público juntamente com Amaia Beyrie e Eneritz Zabaleta, os objectivos da «nova linha repressiva» serão, por um lado, «paralisar os projectos sociais, políticos e culturais destinados a construir Euskal Herria» e, por outro lado, «silenciar as legítimas reivindicações populares».

A porta-voz da Askatasuna acrescentou que, «com esta forma de actuar, o Estado francês pretende, ainda, criar divisões com a sempiterna separação entre 'bons e maus'».
«Desde aquela operação, sucederam-se muitas outras do género - prosseguiu -, o que conduziu a uma perseguição jurídico-policial que fez disparar as detenções, as notificações para comparecer nas esquadras e sistematizou a prática de arquivar geneticamente dezenas de pessoas».

Sobretudo jovens
Em seu entender, «a juventude foi o alvo principal». «Das nove operações que se verificaram desde 2007, cinco foram apontadas a jovens militantes, e, das 92 pessoas detidas, 48 eram jovens», ressaltou.
Tanto Funosas como Amaia Beyrie recordaram que «trabalhar ou reunir-se à volta de projectos políticos, sindicais ou de outra índole é um direito», tendo afirmado que Paris pretende «estigmatizar e criminalizar o compromisso dos jovens bascos e assustar os do seu meio».

Antes disso, tinham abordado os casos dos quatro jovens postos em liberdade na segunda-feira -Xan Beyrie, Eneko Etxegarai, Ibai Agirrebarrena e Guillen Goiti - sob medidas de controlo judicial, depois de terem passado onze meses na prisão.

Beyrie insistiu na ideia de que a prisão preventiva deve constituir «uma medida excepcional» e que os direitos políticos e civis, bem como a presunção de inocência, devem ser respeitados, o que não é o caso quando se trata de militantes bascos».

Depois de exigir a «imediata libertação» de Mattin Olzomendi e Peio Hirigoien, encarcerados em Março, fizeram um apelo aos cidadãos no sentido de «virem para as ruas e mobilizarem-se para denunciar esta situação», participando, em particular, na manifestação de sábado, às 17h, em Donibane Lohizune, para exigir que «deixem em paz a juventude basca».

Arantxa MANTEROLA
Fonte: Gara