sexta-feira, 18 de junho de 2010

Relatam os «interrogatórios ilegais» descritos no relatório da Guarda Civil


Três das pessoas que foram submetidas ao «tratamento» descrito no dossiê da Guarda Civil encontrado após uma das buscas efectuadas na operação de 14 de Abril apresentaram o testemunho do que sofreram numa conferência de imprensa na qual o TAT - Grupo contra a Tortura - afirmou que o relatório «torna pública a existência de interrogatórios ilegais».

Juan Mari Jauregi, José Luis Gallastegi e Joxe Domingo Aizpurua, detidos na operação da Guarda Civil contra advogados e pessoas relacionadas com os presos, deram uma conferência de imprensa em Donostia juntamente com as representantes do TAT Lorea Bilbao e Ane Ituiño.A descrição da operação e o «tratamento» a aplicar aos detidos que surge num relatório interno da Guarda Civil encontrado na sequência de uma das buscas efectuadas tomou forma nos testemunhos apresentados por Jauregi, Gallastegi e Aizpurua.

Depois das suas palavras, o TAT, tal como já o fizera um grupo de advogados, sublinhou que o dossiê «torna pública a existência de interrogatórios ilegais» cujo fito é fazer com os detidos «ratifiquem as acusações judiciais que pendem sobre eles».

Afirmaram que, enquanto existirem espaços de impunidade, a tortura há-de continuar a existir.
O dossiê, cuja existência foi confirmada pela própria Guarda Civil, veio juntar-se às denúncias de tortura apresentadas por detidos naquela operação.
Fonte: Gara

Ver também: «Os detidos confirmam que se tortura para chegar às auto-inculpações», de Oihana LLORENTE
"Um tratamento que vise obter manifestações que ratifiquem as imputações judiciais que existem. Era essa a linha traçada pelos agentes da Guarda Civil para Juan Mari Jauregi, José Luis Gallastegi e Joxe Domingo Aizpurua, detidos em Abril último. Os três afectados deram conta, na quarta-feira, dos tormentos que este tratamento implica."