terça-feira, 22 de março de 2016

O Movimento pró-Amnistia denunciou a repressão de que é alvo

O Movimento pró-Amnistia e contra a Repressão (MpA) denunciou hoje, em Bilbo, a perseguição policial a que são submetidos alguns dos seus membros. Fez saber que seis dos seus membros foram «acusados de enaltecimento do terrorismo» por participarem na manifestação de Agosto de 2015 e que quatro não irão comparecer na Audiência Nacional espanhola. Apelou à participação no Amnistia Eguna agendado para 2 de Abril em Errekalde (Bilbo). No final, agentes da Ertzaintza identificaram as duas pessoas que falaram em nome das restantes.

Em conferência de imprensa, representantes do MpA fizeram saber que polícias à paisana costumam seguir os militantes que defendem a amnistia no seu dia a dia – «quando vão trabalhar, praticar desporto, quando estão com os amigos» – e acusaram o Estado espanhol de querer transformar em «algo normal a violação das liberdades de opinião, reunião e expressão». A «repressão é a única convivência e a única paz que o Estado espanhol oferece ao povo trabalhador basco», acrescentaram.

Para além disto, o MpA revelou que seis dos seus membros foram intimados a depor no dia 29 na AN espanhola, por alegado «enaltecimento do terrorismo». A iniciativa partiu de «um fascista», o delegado do Governo espanhol, Carlos Urquijo, e de uma associação de extrema-direita, usando como desculpa a «humilhação às vítimas» – desculpa porque, disseram, «a sua intenção não é defender a memória de ninguém, mas sim impor uma narrativa distorcida sobre o que se passou e passa neste país».

Tribunal fascista, sem legitimidade
O MpA recordou os antecedentes históricos da Audiência Nacional (o TOP franquista), os milhares de pessoas que por ela passaram, «acabadas de torturar», e lembrou ainda o apoio deste tribunal «ao terrorismo de Estado» ou os casos recentes dos utilizadores do Twitter, dos marionetistas, dos solidários com o Curdistão e com o Donbass que caíram sob a sua alçada, «porque a sua acção consiste em punir o mais possível quem faz frente ao sistema».

Perante isto e tendo em conta que o propósito deste tribunal é, no que respeita ao País Basco, «impor a legalidade fascista para manter a opressão nacional e social», os membros do MpA que foram notificados tomaram a decisão de não comparecer – retirando assim legitimidade a um «tribunal fascista» e à «legalidade espanhola». Apenas se irão apresentar dois, que têm problemas de saúde.

Quase no final, sublinharam que representam «o povo organizado para conseguir a amnistia, porque querem que todos os perseguidos políticos sejam libertados sem condições e não aceitam que ninguém seja punido por lutar pela concretização da independência e do socialismo» para o povo basco, face ao «sistema capitalista, que os rouba, despeja e humilha». / Ver: lahaine.org e amnistiaaskatasuna