domingo, 18 de outubro de 2009

Milhares e milhares de pessoas na manifestação contra a operação policial em Donostia

Milhares de pessoas percorreram as ruas de Donostia, em resposta à convocatória dos sindicatos ELA, LAB, ESK, STEE-EILAS, EHNE e Hiru para protestar contra a operação policial contra a esquerda abertzale. Em nome dos sindicatos, Muñoz considerou "uma boa notícia" o facto de terem sido capazes de se manifestarem "para pedir a liberdade dos detidos".

Representantes de diversos sindicatos de Euskal Herria encabeçaram a marcha, que começou no túnel de Antiguo, para denunciar a operação policial levada a cabo pela Polícia espanhola na terça-feira. Entre outros, a secretária-geral do LAB, Ainhoa Etxaide, e o do ELA, Txiki Muñoz, levaram a faixa onde se lia o lema "Askatasunaren alde. Eskubide guztiak, guztiontzat".

Embora a cabeça da marcha tenha chegado ao Boulevard donostiarra pelas 18h15, muitas outras dezenas de milhares de pessoas que participaram na mobilização precisaram de bastante mais tempo para lá chegar.

No final, em nome de todos os sindicatos convocantes, Muñoz afirmou que a operação contra dirigentes da esquerda abertzale representa uma tentativa de "torpedear" um processo "que tem que acabar irremediavelmente por se confrontar com o Estado de maneira civil", pelo que encorajou as pessoas a "abrirem um espaço civil para confrontar democraticamente o Estado".
O secretário-geral considerou "uma boa notícia" que se dê a possibilidade convocar o protesto "para pedir a liberdade dos detidos".

Grande apoio
Minutos antes do início da manifestação a partir do túnel de Antiguo, milhares de pessoas concentravam-se em Ondarreta e ao a longo de todo o passeio de La Concha. Inclusive, quando a manifestação chegava a San Martin, ainda havia gente a integrar-se na marcha de protesto.

A manifestação recebeu o apoio de quase todas as formações que compõem o mapa político basco e puderam-se ver muitas caras conhecidas. Participaram na marcha membros da esquerda abertzale como Rufi Etxeberria, detido na operação policial e posto em liberdade depois de ser presente ao juiz Baltasar Garzón. Também estiveram em Donostia Tasio Erkizia ou Jone Goirizelaia, além de representantes independentistas nas instituições municipais como, por exemplo, a autarca de Hernani Marian Beitialarrangoitia.

Também dirigentes de PNV, EA, Aralar, Hamaikabat, Alternatiba e membros de organizações sociais e sindicais fizeram o percurso estabelecido como forma de mostrarem a sua oposição à operação policial contra a esquerda abertzale. Entre eles encontram-se os dirigentes jeltzales Joseba Egibar, Andoni Ortuzar e Iñaki Gerenabarrena.

A secretária-geral do LAB, Ainhoa Etxaide, afirmou que a marcha convocada pelo seu sindicato e outras centrais nacionalistas contra a "agressão" que representou a detenção de vários dirigentes da esquerda independentista é "um passo num processo que tem de encarrilar as soluções democráticas de que este país necessita". Etxaide proferiu estas declarações momentos antes da manifestação.
Afirmou ainda que os manifestantes pretendem "dizer que a repressão não vai parar um povo que quer ser dono do seu futuro, um povo que exige soluções democráticas e necessita delas, um povo que não está disposto a ser passivo face a uma realidade que queremos superar".

Por seu lado, o membro da esquerda abertzale Tasio Erkizia afirmou que a presença "da maioria social e política" de Euskal Herria na manifestação contra as detenções, demonstra que existe uma oposição maioritária na sociedade basca "às 'razzias' policiais" e que a sua aposta "clara" é nas "soluções democráticas". Minutos antes de se dar início à marcha, Erkizia expressou a sua satisfação pelo facto de "a grande maioria social, política e sindical dizer basta ao Estado, a todas as suas atrocidades, detenções e ilegalizações".

Embora as pessoas presentes na manifestação de Donostia fossem muitas dezenas de milhares, muitos viram-se afectados pelos controles policiais instalados nas estradas próximas da capital guipuscoana. Por exemplo, testemunhas disseram ao Gara que na portagem de Zarautz a Guarda Civil montou uma barreira antes das quatro da tarde e que ali permaneceu mais de uma hora. Como consequência disso houve longas filas na A-8 no sentido de Donostia.
Fonte: Gara
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Ver também: êxito da manifestação de Donostia em kaosenlared.net
Com diversas entrevistas ao longo da manifestação, fotos, peças em áudio e vídeo.
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Vídeo realizado pelo Gara via apurtu.org


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Donostia, Urriak 17 de Outubro: «Askatasunaren alde. Eskubide guztiak, guztiontzat» / Pela liberdade. Todos os direitos para todos.