domingo, 25 de outubro de 2009

O Ministério do Interior dá por desarticulada a Falange y Tradición, após cinco detenções


O Ministério do Interior espanhol considera desmantelado o grupo, apesar de na acção de Ioar as testemunhas oculares terem contabilizado dez pessoas e de as provas grafológicas terem ligado as inscrições contra a ETB às ameaças de morte que Koldo Pla, edil de Antsoain, recebeu. Dois dos detidos, Fermín Domingo Turrillas e Javier López Monreal, estão relacionados com a plataforma España2000.

A Guarda Civil prendeu na sexta-feira cinco alegados membros da Falange y Tradición em várias localidades de Nafarroa (EH) e Aragão (Estado espanhol), no âmbito de uma operação em que deu por desarticulado o grupo de extrema-direita. Durante as inspecções os agentes apreenderam «munições de guerra, armas brancas e objectos de simbologia nazi».

Em Barañain foram detidos os dois mais jovens: David Murillo (20 anos), e Fermín Domingo Turrillas (19). Este último tinha sido visto em várias fotografias junto ao presidente estatal da España2000, José Luis Roberto, aliás El Cojo.

A ligação do detido em Orkoien (Javier López Monreal, de 41 anos) a movimentos de extrema-direita era conhecida. Segundo consta, tinha sido detido por realizar pintadas em Tutera e foi suplente na candidatura da plataforma España2000 em 2004.

O detido em Sunbilla, José Ignacio I.S., de 41 anos, vivia nesta pequena localidade de Malerreka com a sua esposa e filhos há quatro ou cinco anos, e não mantinha contacto com as pessoas da terra. Ao que parece, está desempregado.

Operação concluída?
A última detenção foi registada em Saragoça, Espanha. Trata-se de um jovem de 23 anos natural de Irun (EH), que responde pelas siglas B.P.I. e foi preso em Villanueva de Gállego.

Quando os falangistas subiram ao monte Ioar para realizar umas inscrições contra a ETB, as testemunhas oculares contaram dez pessoas: duas delas entre os 40 e os 50 anos e as restantes entre os 20 e os 30. A letra destas inscrições, de acordo com a Ahaztuak, coincide com a da carta enviada ao edil do NaBai em Antsoain Koldo Pla. Na carta anónima, a Falange y Tradición concedia-lhe «30 dias para abandonar definitivamente Navarra, ou irás a uma missa em tua honra». Apesar de tudo, a Guarda Civil dá por concluída a operação, embora afirme que irá investigar as ligações que possam existir «com o resto da geografia espanhola».

Face às acusações de negligência, fontes do Ministério do Interior espanhol afirmaram às agências espanholas que a investigação começou mesmo antes de que o grupo se desse a conhecer, no dia 23 de Setembro, quando reivindicou 25 acções de sabotagem. Estas fontes reconheceram, na sexta-feira, que o grupo contava com um «certo nível de organização» e que as suas acções estavam a aumentar «consideravelmente», tornando-se cada vez mais radicais.

O responsável da comunicação da Falange, Santiago Casero, procurou desmarcar-se deste grupo, a que chamou «terrorista». Contudo, na visita a Iruñea que esta formação realizou no dia 11 de Outubro, o líder da Falange Española, Manuel Andrino, qualificou as sabotagens perpetradas pelo grupo como «actos de justiça a favor da verdadeira memória histórica».

Aritz INTXUSTA
Notícia completa: Gara
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