sexta-feira, 16 de julho de 2010

A Segi denuncia em Biarritz a «política de assimilação e opressão» de Paris


Na quarta-feira, não lhes facilitaram a vida em Biarritz mas, apesar dos obstáculos e das cargas policiais, duas centenas de jovens manifestaram-se para proclamar no dia da «festa nacional francesa» que «isto é Euskal Herria» e que «vão continuar a lutar pelo futuro do seu país».

Apesar das dificuldades e de duas cargas policiais, cerca de 200 jovens conseguiram manifestar-se na quarta-feira passada em Biarritz (Lapurdi) para proclamar que «isto não é França nem Espanha, mas Euskal Herria».

A marcha iniciou-se na muito central Praça Clemenceau, que, tal como as ruas da localidade costeira, estava - feriado do dia da República - cheia de visitantes e turistas.

Ao passarem por uma das numerosas entidades bancárias do centro, vários manifestantes colaram um cartaz na fachada com o lema «morte ao capitalismo», bem como pequenas folhas com palavras como «precariedade», «deslocalização», «desemprego» ou «suicídio».

Os manifestantes tinham previsto realizar paragens simbólicas semelhantes em determinados pontos do percurso. Uma delas era na Câmara Municipal, para entregar um texto ao autarca e senador Didier Borotra.

Presença sufocante da Polícia
A Polícia, que guardava praticamente todas as ruas, impediu que se aproximassem, embora mais tarde o próprio Borotra se tenha dirigido até eles, sendo-lhes então possível entregar o documento que se destinava ao autarca e também a toda Câmara Municipal.

O documento recolhia no essencial os motivos pelos quais a organização juvenil tinha convocado a mobilização. Assim, explicava que tinham escolhido esta cidade de Lapurdi porque simboliza «a assimilação e a opressão que os jovens bascos sofrem».

Criticavam o facto de se «privilegiar o turismo de massas, enquanto se nega o desenvolvimento local» ou de se preferir «um folclore superficial à cultura multicolor e popular». A Segi responsabiliza por isso o «Estado francês e o seu sistema capitalista», que constituem a «dupla que destrói a nossa terra e o nosso país». Afirmavam ainda que, para aplicar essa política, possuem in situ «cúmplices que não vêem mais que os seus próprios interesses».

A missiva terminava afirmando que continuarão «a manifestar-se, a lutar e a interpelar» porque «acreditam no futuro de Euskal Herria».

Arantxa MANTEROLA
Fonte: Gara
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Ver também:
«O dia de festa deles é o nosso dia de luta», de Béatrice MOLLE