domingo, 30 de janeiro de 2011

O EPPK avalia a importância do Acordo de Gernika e pede diálogo aos seus signatários


Num comunicado enviado ao Gara, o Colectivo de Presos Políticos Bascos (EPPK) fez um convite às organizações bascas signatárias do Acordo de Gernika no sentido de contactarem com a sua interlocução e para estabelecerem «relações normalizadas».

No final do passado mês de Dezembro, o Colectivo já tinha adiantado num outro comunicado a sua intenção de activar o diálogo e de tomar iniciativas no novo contexto político iniciado em Euskal Herria.

Nesta nota, recorda que, «dando continuidade ao que temos feito durante longos anos, também neste momento o EPPK agirá como elemento político activo. Como em toda a existência do nosso Colectivo, a partir das celas em que estamos, nas quais nos têm, mantemos a firme vontade de dar o nosso humilde contributo ao processo de libertação de Euskal Herria. No processo democrático que tem como objectivo construir um quadro democrático para Euskal Herria, temos todo o direito a ser parte activa nos debates para definir o processo ele mesmo e para fazer as nossas contribuições, estamos dispostos a tal, e também temos vontade», acrescenta.

A partir daí, o EPPK considera que o Acordo de Gernika, subscrito em Setembro último, «tem importância» e, consequentemente, propõe uma dinâmica de diálogo.

«O acordo considera a amnistia como uma das chaves que possibilitarão a construção, de modo democrático, da Euskal Herria do futuro», refere o EPPK, para acrescentar em seguida que isso exige «respeito e reconhecimento pelos direitos dos presos políticos bascos. As questões mencionadas estão completamente ligadas ao EPPK e afectam-no de forma bastante directa».

Na mensagem emitida no final do ano, em que faziam uma avaliação do que tinha sucedido em 2010, o Colectivo de Presos Políticos Bascos antecipava a sua vontade de «abordar» a nova situação: «Passando por cima da cruel política que tem por fito o nosso isolamento político, o EPPK mover-se-á no novo caminho e abordá-lo-á, naturalmente». Mostrava-se convencido do reconhecimento do seu carácter político e do fim da «atitude violenta dos estados», fosse como ponto de arranque, fosse como reforço de um processo.

«Utilização política»
Na primeira parte desta última nota, o Colectivo de Presos indica que «cumprimos 30 longos anos nestas trincheiras em que nos têm presos. 30 anos a lutar pelo reconhecimento do nosso povo e pelo respeito do direito dos cidadãos bascos a decidirem o seu futuro».

Realça o facto de conhecerem «muito bem as duras consequências do conflito», entre as quais cita as detenções, torturas e encarceramentos em condições de vida muito duras. O Colectivo entende que estes ataques tiveram sempre como objectivo «utilizar-nos para impedir uma solução democrática», mas recorda que «nunca o conseguiram até agora, e que também não o hão-de conseguir. Os cidadãos bascos que fazem parte do EPPK estão inteiramente determinados».
Fonte: Gara

Em seguida: «Euskal Preso Politikoen Kolektiboaren oharra» (eus)