domingo, 13 de novembro de 2011

Iñaki Antigüedad: «Isto não é apenas política; é o sentimento de um povo»

Milhares de cidadãos independentistas encheram o Velódromo de Anoeta no comício central da campanha da Amaiur. A intervenção principal do acto esteve a cargo do cabeça-de-lista da coligação pela Bizkaia ao Congresso, Iñaki Antigüedad, que salientou que «os políticos profissionais não percebem que isto não é apenas política», pois a Amaiur representa o «sentimento de um povo».


Fotos: Comício eleitoral da Amaiur em Anoeta

O comício central da campanha da Amaiur, no Velódromo de Anoeta, em Donostia, contou com numerosas intervenções e decorreu em ambiente festivo e reivindicativo.

A intervenção principal esteve a cargo de Iñaki Antigüedad, que fez uma menção especial aos familiares dos presos políticos bascos, que, «estrada a estrada, da esquerda para a direita, de cima para baixo, vão e vêm das prisões espanholas e francesas». «Mas não duvidem de que vamos trazer os nossos familiares», disse.

Depois de recordar o político independentista Jon Idigoras, já desaparecido, e a declaração de Anoeta, apresentada há sete anos, perguntou a si mesmo «quantas coisas ouviu» no Velódromo ao longo dos últimos anos. «Quantas esperanças, quantos sentimentos, quantas experiências, quantas notícias, quantas lágrimas...», aclamou.

Em seu entender, «quando escrevermos a História de Euskal Herria, Anoeta terá um lugar próprio», porque «é o nosso termómetro». «A partir de hoje não vamos falhar», acrescentou.

Antigüedad afirmou que «isto não é apenas política; é mais que isso». «Os políticos profissionais não conseguem perceber que isto não é apenas política, mas sim o sentimento de um povo». «Isso só Anoeta o sabe», disse.

Por isso, disse que a Amaiur irá a Madrid para defender os seus objectivos, e avisou Mariano Rajoy e Alfredo Pérez Rubalcaba que «estamos preparados para uma luta de ideias; para um confronto de projectos».

«Vamos juntos, Telesforo!»
A cabeça-de-lista ao Congresso por Gipuzkoa, Maite Aristegi, afirmou que a Amaiur é «uma paleta de pintor composta por diferentes cores», um instrumento para que possam «ir todos juntos a Madrid». «Vamos juntos, Telesforo – em alusão a Telesforo Monzon –, como tu o tinhas sonhado, para lá de Maltzaga, até Madrid», disse.

«A surdez é uma doença importante em Madrid», salientou, para acrescentar que, apesar disso, «iremos pedir o direito a decidir». «Mas que não nos enredem com leis e normas – acrescentou; a questão é bem clara: respeito».

«Sem medo do confronto democrático»
Pello Urizar, disse que o Velódromo «é a imagem da esperança» existente em Euskal Herria. Referiu que a Amaiur «é mais que uma soma de forças, é a unidade dos independentistas que chegará a Madrid num momento histórico para exigir uma solução para o conflito político».

Nesse sentido, disse que o Estado espanhol «procurará uma falsa saída» para o processo aberto em Euskal Herria, «mas isso não nos assusta», disse, «porque os independentistas não têm medo do confronto democrático».
Por isso, pediu aos cidadãos que encham as urnas com votos da Amaiur no próximo dia 20 de Novembro.

Diferentes siglas, os mesmos interesses
Oskar Matute referiu que PNV, PSE e PP «representam siglas diferentes» mas «defendem os mesmos interesses». «Em Euskal Herria a obediência aos mercados gerou indignação e essa indignação chama-se Amaiur», acrescentou, depois de se associar à luta dos trabalhadores afirmando: «a vossa luta é a nossa luta».
Disse ainda que «a vitória do PP será uma vitória amarga, porque a ressaca terá um nome: Amaiur».

Comportar-se como nação
Por seu lado, Patxi Zabaleta, do Aralar, afirmou que, «se Euskal Herria é um povo, é uma nação no seio da Europa, tem de se comportar como tal, e esse é o objectivo da Amaiur».

Neste sentido, referiu que, «quando começar a anoitecer no dia 20 de Novembro», os votos da Amaiur «serão encarados com grande expectativa», porque os votos que a coligação abertzale conseguir possuem «um valor acrescentado», que lhe é conferido tanto pelos cidadãos bascos como pelos «rivais políticos».

«Não vão parar a juventude independentista»
Maider Karrere e Andoni Rojo, em nome dos jovens independentistas, afirmaram que não os vão «parar» e que vão caminhar «em direcção à independência». Depois de lembrarem os jovens encarcerados e todos os presos políticos em geral, reafirmaram que «sem o trabalho dos últimos anos, agora não estaríamos aqui».
Fonte: Gara

Ver também: «Amaiurrek "belodromoa klima politikoaren aldaketaren seinale" gisa jo du, aretoa lepo dela» (Berria)

AMAIUR - eraiki zubia
Vídeo projectado na apresentação da coligação, em Iruñea.