sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Juíza argentina ordena a detenção de quatro torturadores do franquismo

María Servini, a juíza instrutora do processo contra os crimes do franquismo, na Argentina, deu um passo histórico para acabar com a impunidade dos responsáveis da repressão durante a ditadura franquista, ao ordenar esta quarta-feira a detenção de quatro torturadores, para que sejam extraditados e interrogados. Trata-se de três antigos membros da Brigada Político Social da Polícia espanhola (Celso Galván Abascal, José Ignacio Giralte e Juan Antonio González Pacheco, «Billy el Niño») e de um antigo guarda civil, Jesús Muñecas Aguilar.

«Os delitos constituem crimes contra a humanidade, pelo que, num ou noutro caso, a acção e a pena são imprescritíveis e os seus responsáveis sujeitam-se à perseguição através da aplicação do princípio de jurisdição universal», refere a magistrada, que indica que os quatro imputados, acusados de torturas, podem ser condenados a penas entre os oito e os 25 anos de prisão. Agora, não se sabe se o Governo espanhol irá acatar a ordem, detendo e extraditando os imputados para a Argentina para ali serem interrogados. Recorde-se que Madrid pressionou Buenos Aires em diversas ocasiões para que o processo não avançasse.

A juíza receberá as vítimas na Argentina a 20 de Novembro
Os avanços relativos ao processo judicial movido na Argentina contra o franquismo não se limitam à ordem de detenção dos quatro torturadores. No dia 20 de Novembro, data carregada de simbolismo por coincidir com o aniversário do falecimento de Franco, María Servini irá receber em Buenos Aires uma delegação de queixosos, que irão acompanhados por diversos cargos públicos, tanto de Euskal Herria como do Estado espanhol. / Ver: Gara 

 
ENTREVISTA A MARTXELO ÁLVAREZ, membro da Ahaztuak 1936-1977 (Info7 irratia)  

ENTREVISTA A ANDONI TXASKO, membro da Associação 3 de Março e da Plataforma basca contra os crimes do franquismo (Info7 irratia)