segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O Sortu diz a Alba e à Guarda Civil que «chegou a hora de desmilitarizar Nafarroa»

Na terça-feira passada, os representantes do Sortu Txelui Moreno e Maitane Intxaurraga afirmaram, numa conferência de imprensa em Iruñea, que a Guarda Civil e a delegada do Governo espanhol «estavam a mais» em Nafarroa, e convocaram uma concentração frente à Delegação do Governo na capital navarra, que se realizou este sábado. A questão da desmilitarização ganhou grande actualidade política em Nafarroa nas últimas semanas. A Guarda Civil ocupou Altsasu para tentar impedir a celebração do Ospa Eguna (sem o conseguir) e depois o ministro espanhol do Interior, Jorge Fernández Díaz, foi até Leitza garantir que a casa Maxurrenea continuará a ser ocupada pela Guarda Civil durante mais dez anos. A isto, há que juntar a acção policial na Inasa (Irurtzun) ou as multas e proibições passadas pela delegada espanhola no herrialde, Carmen Alba.

Perante este cenário, o Sortu afirmou que as duas instituições - Guarda Civil e Delegação do Governo espanhol - «estão a mais» no território e no sábado concentrou-se frente à sede do Governo estatal, na Praça de Merindades, em Iruñea, com uma mensagem: «Utzi bakean Nafarroa, inposaketarik ez!» [deixem Nafarroa em paz, não às imposições].

Dezenas de pessoas participaram na acção de protesto, com cartazes alusivos à delegada do PP, que Txelui Moreno convidou a tornar-se «embaixadora de Espanha em Euskal Herria», já que «tanto gosta de cargos».

«É hora da desmilitarização - referiu Moreno na sua intervenção. É hora de solucionar o conflito, e para isso é preciso que o Estado abandone o discurso de quartel e comece a dar passos».

Em relação ao caso concreto da Maxurrenea, em Leitza, o porta-voz do Sortu recordou que se trata de uma casa cedida «às forças de ocupação, contra a opinião do doador, da maioria da população na localidade e da maioria parlamentar» em Iruñea.

Na mesma linha, o Sortu referiu-se aos recursos constantes apresentados pela delegada espanhola contra leis aprovadas pelo Parlamento navarro, como as relativas ao subsídio de férias dos funcionários, a que se opunha ao pagamento de taxas na Saúde ou a que decretava a assistência universal gratuita para todas as pessoas recenseadas em Nafarroa.

Dessa forma, «Alba posiciona-se contra os interesses de Navarra», concluiu Moreno, e fá-lo numa instituição «de um tempo pré-democrático, algo que já ninguém discute». / Fonte: Sortu Euskal Herria e Gara