segunda-feira, 18 de abril de 2011

O EPPK lança críticas pela morte de Ibañez e aposta no processo democrático

O Colectivo de Presos Políticos Bascos acusa Madrid da morte de Ibañez e reitera, por outro lado, a sua aposta na «construção do processo democrático».


O Colectivo de Presos e Presas Políticos Bascos (EPPK) acusa o Estado espanhol de «matar» o preso político de Elgoibar Mikel Ibañez, falecido há dez dias na sequência de uma doença prolongada a que teve de fazer frente na prisão ou em regime de prisão atenuada, na recta final. Na sequência desse facto, o EPPK salienta numa nota que «continuará firme» e aposta na «construção do processo democrático». Reafirma que «essa é a prioridade neste momento» e anuncia que o Colectivo «estará na primeira linha nessa direcção».

A nota salienta o facto de que «se afigura imprescindível a participação e a activação de todos os cidadãos na construção desse processo. Sem esperar por nada e ninguém, sem ficar a olhar para ninguém. Nós, os cidadãos bascos e os agentes bascos, temos a responsabilidade de construir o processo democrático. Está nas nossas mãos levar esse processo ao seu final e alcançar o quadro que permita a liberdade do nosso povo», indicam os presos políticos bascos.

Acrescentam ainda que foi esse mesmo compromisso que «levou Mikel à morte». O EPPK revê a perseguição sofrida pelo ex-preso falecido: a detenção e greve de fome no Uruguai, o encarceramento no Estado espanhol, a absolvição da Audiência Nacional, a posterior detenção em Paris, a doença detectada em 2008, a tentativa de lhe impor o «arrependimento» a troco da liberdade... Perante isso, realça a dignidade do ex-preso.
Fonte: Gara

Tortura:
«Esnaola relata que nos dois últimos dias de incomunicação "morreu 30 vezes" por causa das torturas» (Gara)
Afirma que, desde o regresso a Madrid, na quinta-feira à noite, até à sua chegada ao tribunal especial, no sábado de manhã, lhe aplicaram continuamente «o saco», ao ponto de acreditar que os dois filhos do seu irmão estavam nos calabouços.

Ver também:
«O juiz dá ordem de prisão a Etxeberria e Esnaola, que denuncia torturas», de J.A. (Gara)
Tal como se temia em Euskal Herria, os detidos Aitor Esnaola e Lander Etxeberria afirmaram, depois de serem presentes ao juiz, terem sido «duramente tratados». Em concreto, o habitante de Legorreta contou à sua advogada que o submeteram ao «saco» até perder os sentidos e que foi constantemente agredido e ameaçado.