sábado, 29 de outubro de 2011

O Mugitu reafirma que a sua acção contra Barcina foi pacífica e considera as detenções ilegais

Iruña * E.H.
Numa conferência de imprensa que deu em Iruñea ontem à tarde, o colectivo Mugitu! afirmou que, com as tartes atiradas a Yolanda Barcina, da extrema-direita espanhola, procurava «causar danos à sua imagem pública» enquanto dirigente da Comunidade de Trabalho dos Pirinéus (CTP).

Afirmaram também que não se tratou de um acção contra Barcina em concreto, mas que a sua escolha se ficou a dever ao facto de ser a representante de mais alto nível entre os governantes de Euskal Herria que fazem ouvidos moucos ao descontentamento social gerado pelo «ruinoso» projecto do TGV. A acção foi coordenada entre o Mugitu e o movimento occitano Libertat, que também reivindica e apoia a utilização de tartes como forma de protesto.

«Atirar tartes é uma forma de protesto e denúncia utilizada em todo o mundo», algo com um «carácter cómico e reivindicativo», não sendo intenção do colectivo, em nenhum caso, provocar danos físicos. Em seu entender, isso ficou demonstrado até pela «normalidade» com que a sua acção de protesto foi encarada em Toulouse, de onde o grupo de activistas se retirou «sem qualquer problema».

Três detidos... Atxilotuak askatu!
O Mugitu denunciou precisamente a diferença de tratamento entre um Estado e o outro. Segundo explicaram, depois de atirarem as três tartes a Barcina, foram expulsos do edifício pela segurança interna e nem sequer foram identificados. Chegaram mesmo a efectuar declarações para diversos órgãos de comunicação durante vários minutos.

A chegada a Iruñea, ontem à tarde, foi bem diferente, já que os activistas Julio Villanueva, Ibon García e Gorka Ovejero foram assaltados em plena rua por agentes encapuzados, que os levaram para a esquadra. O Governo navarro alega que a Polícia Foral actuou de ofício. Acusa-os de atentado à autoridade.

O Mugitu qualificou como «vitimista» a atitude assumida por Barcina após o protesto, que ontem o descreveu como «mais um acto violento de um grupo ligado ao meio da ETA». O movimento que se opõe ao TGV reiterou o carácter disseminado desta forma de protesto, tendo sido muitos os «gerifaltes» que foram alvo de acções similares, como Bill Gates e Nicolas Sarkozy.
Sare Info:

Notícia completa: SareAntifaxista e Gara

«Em liberdade os três detidos por atirarem tartes a Barcina» (Gara)
Gorka Ovejero e Ibon García foram postos em liberdade ontem à noite, e Julio Villanueva esta tarde. Terão de comparecer todos no tribunal de excepção espanhol, ex-TOP, Audiência Nacional.

Leitura:
«La tarta, figura terrorista», de J.M. ALVAREZ (lahaine.org)
Piden a Bildu que condene… el lanzamiento de tartas. Quizás aspiran a que incluyan en la fascista Ley de Partidos, a ese pastel como figura terrorista