domingo, 21 de setembro de 2008

Manifestação nacional a 4 de Outubro para “responder ao estado de excepção”


Cerca de 200 de cidadãos bascos, entre os quais se encontravam advogados, ex-presos políticos ou pessoas que foram vítimas de tortura, juntaram-se hoje no Centro Cultural de Hernani para anunciar a manifestação nacional que terá lugar no próximo dia 4 de Outubro em Bilbau, e denunciar dessa forma as últimas ilegalizações e medidas tomadas contra a esquerda abertzale.

Nesse contexto, recordaram, aludindo à sentença ditada pela Audiência Nacional espanhola na passada quarta-feira contra o Movimento Pró-Amnistia, que “o governo do PSOE, porque assim o decidiu, legalizou a proibição e a criminalização da solidariedade para com os presos e da denúncia da repressão”. Para além disso, recordaram que o mesmo tribunal ilegalizou a EAE-ANV e o EHAK, “impedindo assim um amplo sector de Euskal Herria de exercer um trabalho institucional e político”.

Os presentes assinalaram ainda que “este novo episódio constitui mais um passo no plano repressivo preparado pelo governo do PSOE contra Euskal Herria”. “As decisões judiciais relativas a Euskal Herria são tomadas no gabinete daqueles que criaram os GAL”, denunciaram, para acrescentarem que “são esses os que organizam a agenda repressiva, os que decidem quando e como é que a Audiência Nacional dará um novo golpe a Euskal Herria”.

Em seu entender, “o Estado espanhol legalizou o crime, legalizou a perseguição, a guerra suja, a tortura, a acção contra os direitos civis e políticos, o ataque contra os direitos fundamentais dos cidadãos e as medidas para a aniquilação dos presos políticos”.

«Mais repressão, maior denúncia»
No entender dos presentes, essa impunidade é-lhes atribuída “cada vez que o Governo de Ibarretxe acata as medidas da Audiência Nacional e, depois de proibir manifestações a favor dos presos, detém a cidadãos bascos”, ou por aqueles que “estão dispostos a deixar a ANV fora das instituições a troco de poder, ou pelos que, face à repressão selvagem, olham para outro lado”.

Compararam o “estado de excepção e a falta de democracia que se vive em Euskal Herria” com a ditadura de há 30 anos. “Aqueles que defendem a Constituição que mantém cativa Euskal Herria são os que enchem as prisões dos estados francês e espanhol de cidadãos bascos que lutam pela liberdade”, referiram.

“Se há mais repressão, haverá mais denúncia. Se há mais presos políticos, o carinho e a solidariedade para com eles aumentará. Não se pode encarcerar o Movimento Pró-Amnistia, já que nasceu para abrir as prisões e ser liberdade, até que todos os presos estejam entre nós; estaremos aqui até alcançar a amnistia!”, afirmaram.

Por último, e “para fazer frente ao estado de excepção”, convocaram todas as cidadãs e todos os cidadãos de Euskal Herria para a manifestação nacional que terá lugar no dia 4 de Outubro, e que partirá às 17h30 da Aita Donostia plaza, em Bilbau.

Fonte: Gara