domingo, 14 de setembro de 2008

Manifestação Nacional: cidadãos navarros exigem o fim do «estado de excepção» em Iruñea

Na sequência das operações policiais registadas durante as últimas semanas em diferentes pontos de Nafarroa, centenas de independentistas bascos saíram à rua em Iruñea [Pamplona] para exigir o fim do “estado de excepção” e lembrar que “a construção de um estado democrático é imparável”.

A manifestação partiu às 17h da antiga estação de autocarros, percorrendo as ruas de Iruñea até à Gaztelu Plaza. A marcha foi encabeçada, entre outras pessoas, pela edil da EAE-ANV [Acção Nacionalista Basca] no Município de Iruñea Mariné Pueyo, o membro do Movimento Pró-Amnistia Josu Esparza, e Fran Balda, marido de Maitane Intxaurraga, que foi detida numa operação policial efectuada a 31 de Agosto, em Arbizu. Durante a marcha, fizeram-se ouvir palavras de ordem como “etxerat euskal presoak” [os presos bascos para casa] ou “torturarik ez” [tortura, não].

Depois de percorrerem as ruas mais centrais da capital navarra, os manifestantes concentraram-se na Gaztelu Plaza, onde Pueyo prodedeu à leitura de um comunicado, no qual se afirma que Nafarroa “é a cunha das experiências do Estado em matéria de repressão” e se destaca que o PP e o PSOE chegaram a um acordo sobre uma “folha de rota” para evitar que a cidadania navarra “decida o que quer ser”.
Nesse sentido, enviou uma saudação especial às pessoas que foram detidas durante as últimas operações pelo trabalho realizado a favor de Euskal Herria. Em seu entender, essas detenções, durante as quais as pessoas foram “sequestradas e torturadas”, reflectem bem “a receita do PP e do PSOE contra a esquerda abertzale”.
Para além disso, mencionou com especial atenção o “sequestro” de Alberto López Iborra, detido a 27 de Agosto, e cuja detenção não foi conhecida nem comunicada à família senão cinco dias mais tarde. Por isso, destacou a semelhança dos GAL da década de 80 com o actual Governo liderado pelo PSOE.
No comunicado, depois de se criticar o Nafarroa Bai pelo seu “abandono consciente da luta por um estado democrático”, assegura-se que “a consecução de um estado democrático é imparável” e sublinha-se que “a esquerda abertzale não irá ceder um milímetro na sua defesa do direito à autodeterminação”.

Fonte: Gara