domingo, 28 de setembro de 2008

Askapena denuncia ameaças de morte recebidas por um activista


Na sexta-feira, em frente ao tribunal de Bilbau, a organização de solidariedade internacionalista Askapena deu uma conferência de imprensa para denunciar as ameaças de morte recebidas por parte de paramilitares colombianos e o seu posicionamento face a essa situação.

“Hoje, apresentamo-nos aqui porque queremos denunciar publicamente a campanha de perseguição e intoxicação mediática de que a Askapena tem vindo a ser vítima, com o propósito de criminalizar o nosso trabalho. Anexamos, para os que estiverem interessados, um dossiê com exemplos do que dizemos, e não é por acaso que meios do Estado espanhol como El País, El Mundo, El Correo, Antena3, TVE, ABC, La Razón... bem como El Mercurio de Chile, ou a televisão UNO da Colômbia andam há quase dois anos a massacrar-nos com mentiras e falácias.

Onde vão buscar os exclusivos, estes “jornalistas”?
O nosso trabalho é público e conhecido tanto em Euskal Herria como em muitos outros povos do mundo. As fontes destes “jornalistas” estão nos ministérios do Interior do Governo espanhol e de algum outro governo próximo.
Ultimamente a máxima do «tudo é ETA» tem servido para tudo, e é precisamente isso o que estão a utilizar contra a Askapena, do mesmo modo que o fizeram antes contra numerosas organizações e movimentos populares. Neste caso, é a solidariedade internacionalista entre povos, é esse o novo delito.
E, se é verdade que a criminalização da solidariedade nos preocupa, preocupa-nos mais ainda a guerra suja dos estados.”

Em seguida, a Askapena procede à apresentação da denúncia que um dos seus membros fez em tribunal. Para ver (em castelhano): askapena


Intoxicações mediáticas contra a Askapena

O diário El País (01/06/2008) dizia que a Askapena é a “rede de propaganda e agitação internacional” do ilegalizado Batasuna, bem como a “plataforma” utilizada por organizações terroristas para fazer viagens e estabelecer relações. http://www.elpais.com/articulo/reportajes/embajadas/ETA/elpepusocdmg/20080601elpdmgrep_1/Tes

No El Mundo (07/06/2008) acusavam a Askapena de ser a “organização internacional do Batasuna para fazer proselitismo na América Latina”. http://www.elmundo.es/elmundo/2008/06/07/espana/1212867060.html

Segundo o diário ABC, (15/11/2007), a Askapena “anda à procura de novos santuários para que os terroristas encontrem refúgio” http://www.abc.es/hemeroteca/historico-15-11-2007/abc/Nacional/el-complejo-eta-sondea-en-venezuela-mas-asentamientos-para-la-reserva-de-pistoleros_1641354009289.html

Voltando ao affair da Colômbia, o diário El Correo (07/03/2008) “descobriu” um dirigente da Askapena sentado ao lado do membro da direcção das FARC, Raúl Reyes, assassinado recentemente. É deveras curioso, já que a foto foi tirada no congresso que a CCB realizou em Quito (Equador), e o companheiro que parece ser Raúl Reyes é, na verdade, um membro da CCB do Chile. http://www.elcorreodigital.com/vizcaya/20080307/politica/numero-farc-tenia-foto-20080307.html

Essa mesma foto foi publicada, mas sem que aí se atrevam a dizer que o companheiro chileno era Raúl Reyes, pelo diário colombiano El Tiempo (07/03/2008). http://www.eltiempo.com/archivo/documento/CMS-3989615

Ultimamente, a perseguição mediática relacionada com a Colômbia não tem parado de aumentar: no noticiário da UNO, da Colômbia, apareceram fotos de 5 activistas como supostos terroristas da ETA, quando foram visitar presos políticos das FARC. http://link.brightcove.com/services/player/bcpid1631252366?bctid=1636622491

E no Estado espanhol, no espaço Informe Semanal (21/06/2008), fizeram uso do vídeo editado pela Askapena, por ocasião do seu 20.º aniversário (que incluía saudações de inúmeras organizações e grupos de diversos povos), para utilizar a saudação das FARC como prova maior das relações entre as FARC e a ETA. http://www.informesemanal.tve.es/FRONT_PROGRAMAS?go=111b735a516af85ccdc4135d9df82c2e123009d61eb00f778b60af793b191c310de7d44488a3f7e41b9b7a1483b878ac176bdd92aa12976186ace19ec44756af3394b665cdef5686

A criminalização, o terror, a repressão ou a guerra suja não vão quebrar a solidariedade entre os povos.
A solidariedade é a ternura dos povos.

HAMAIKA HERRI, BORROKA BAKARRA.
Muitos povos, uma luta.

Fonte: askapena