sábado, 8 de outubro de 2011

A Euskal Memoria ultima a publicação de uma grande obra sobre o franquismo em Euskal Herria

A Fundação Euskal Memoria ultima a publicação de uma obra em que resume e analisa o funcionamento do franquismo em Euskal Herria.

Gara, Donostia * E.H.
O ano passado, a Fundação Euskal Memoria documentou 50 anos de repressão em Euskal Herria, e este ano decidiu cobrir um outro vazio de grande relevância na historiografia basca: o franquismo, entendido em toda a sua dimensão e com todo o seu impacto.

Iñaki Egaña, presidente da Fundação e autor de El franquismo en Euskal Herria, la solución final, salientou no decorrer desta primeira apresentação do livro que «passámos dez anos a falar de fossas, investigações, até de arqueologia, uma Lei de Memória Histórica, um juiz despeitado», e com isso corre-se o risco de perder a perspectiva de que o franquismo foi «um regime fascista, formado por uma plêiade e não apenas por uma única pessoa, e que penetrou até ao fundo de nós».

O livro será publicado na Feira de Durango, tem cerca de 1000 páginas e resume e analisa o funcionamento e a incidência do franquismo em Euskal Herria a partir de dados recolhidos quase só em três arquivos: o dos beneditinos de Lazkao, «o maior da Europa sobre este tema»; o Arquivo Geral da Administração, onde habitualmente vão parar todos os arquivos oficiais há 15 ou 20 anos; e o arquivo militar por excelência, na Corunha e em Ferrol.

Egaña afirmou que depararam com dificuldades como a do vazio no arquivo do Governo Civil de Gipuzkoa relativamente a um ano tão importante como o de 1968: «A única coisa que resta tem a ver com as obras que tinham sido feitas no seu interior e com algumas visitas de personagens a Gipuzkoa».

Arantxa Eratsun situou o trabalho da Euskal Memoria no actual contexto político, em que ainda existem responsáveis políticos, como Patxi López, que falam em construir um «relato» baseado em «vencedores e vencidos». Salientaram o facto de o franquismo ter feito isso mesmo.

A Euskal Memoria pergunta se agora será possível fazer um relato partilhado, e responde a si mesma que «não sabe», afirma no entanto que, para o conseguir, será necessário começar por ouvir e conhecer todas as realidades de épocas como esta. Egaña realçou o vazio existente nesta matéria a nível editorial.
Fonte: SareAntifaxista