terça-feira, 15 de julho de 2008

Marcha em Berango em defesa do trabalho do Movimento Pró-Amnistia


Uma marcha para exigir “o fim da repressão” e reivindicar o trabalho do Movimento Pró-Amnistia em Euskal Herria, que tinha sido convocada em Berango por esta mesma iniciativa popular, foi secundada ontem por centenas de pessoas da região biscainha de Uribe Kosta. Participaram na manifestação os naturais desta comarca Mitxel Sarasketa e Jagoba Terrones, ambos julgados pela Audiência Nacional espanhola no âmbito do sumário 33/01; o primeiro foi absolvido, enquanto Terrones enfrenta uma petição condenatória.

Os manifestantes partiram pouco depois das 13h da Gudarien plaza, abandonaram o núcleo urbano de Berango, passaram pelos diferentes bairros e acabaram posteriormente no lugar de partida. Com fotografias de todos os presos e exilados políticos da Uribe Kosta e faixas com os lemas da convocatória, fizeram ouvir palavras de ordem como “Euskal preso eta iheslariak etxera” [Os presos e exilados bascos para casa], “Errepresioa ez da bidea” [A repressão não é o caminho], “Borroka da bide bakarra” [A luta é o único caminho] e outras em exigência da libertação de Anjel Figeroa, preso de Algorta cujo delicado estado de saúde motivou uma ampla mobilização nos últimos meses.
“O último ano foi para ele uma roleta: é encarcerado, sofre crises relacionadas com as condições de detenção e é enviado durante uns dias para o hospital, para voltar logo de seguida para a prisão”, relataram, recordando também a situação de outros doze presos gravemente doentes.

«Que desapareça»
No final da manifestação, teve lugar uma cerimónia simples, com música e bertsos. Também fizeram uso da palavra dois oradores, tendo defendido que, “na mesma medida” em que o Movimento Pró-Amnistia “surgiu como consequência da repressão, a única maneira de nós desaparecermos é através do desaparecimento da repressão”.
Houve ainda referências ao sumário 33/01, cuja audição oral terminou recentemente. Os próprios Sarasketa e Terrones comentaram que, mediante este processo, “o que realmente querem julgar é o Movimento Pró-Amnistia”. Perante isto, pediram que “se trabalhe no duro”, porque “Euskal Herria necessita de liberdade; os presos e exilados necessitam de solidariedade, e o nosso grito, a nossa reivindicação e a nossa denúncia devem estar presentes”.
Antes de finalizar o acto político, houve uma lembrança especial para Patxi Markes, Irantzu Gallastegi, Lexuri Gallastegi, Orkatz Gallastegi, Martin Etxegarai, Ibai Aginaga, Borja Gutierrez e Saioa Sanchez, os presos políticos desta localidade biscainha.
Fonte: Gara / Para ver mais fotos: ukberri