quarta-feira, 23 de julho de 2008

Sete dos nove detidos de ontem foram transferidos para Madrid

De acordo com um canal basco, a Guarda Civil teria realizado a noite passada novas inspecções em Getxo e Ezcaray (La Rioja), relacionadas com a operação policial contra a ETA ontem levada a cabo. Para além disto, e citando fontes da agência Vasco Press, a Euskadi Irratia informou que a Guarda Civil estaria à procura de uma décima pessoa, que tentou deter ontem no seu domicílio, em Getxo, mas sem a ter encontrado.

Protocolo especial
De acordo com informações avançadas pelo Torturaren Aurkako Taldea (TAT), o juiz da Audiência Nacional espanhola Baltasar Garzón teria ordenado a aplicação aos detidos do protocolo especial, por ele mesmo criado em 2006, cujo objectivo seria prevenir a ocorrência de qualquer abuso durante o seu cativeiro, enquanto permanecem em regime de incomunicação.
Com esta medida os familiares dos detidos deveriam estar informados a todo o momento, os detidos teriam que receber todos os dias a visita do seu médico de confiança, e todo o período de incomunicação deveria ser gravado com videocâmaras.
As mesmas fontes referiram que os médicos de confiança já se encontram em Madrid à espera de prestar atendimento aos presos. Estas visitas realizar-se-ão na companhia dos médicos forenses da Audiência Nacional, que, até ao momento, já fizeram duas.

Detidos
Sete dos detidos encontram-se já em dependências policiais de Madrid, enquanto se espera que os outros dois também cheguem. Todos eles permanecem em regime de incomunicação, sob a alçada da Guarda Civil. A Askatasuna e o Torturaren Aurkako Taldea (TAT) alertaram ontem para o perigo de tortura que essa prática implica.

Um detido na sequência da mobilização de Algorta
A Ertzaintza deteve ontem, após a mobilização ocorrida em Algorta, um homem de 42 anos, a quem acusa de lançar pedras, segundo informou a Askatasuna.
O detido relatou que, quando a Ertzaintza começou a empurrar as pessoas para que estas abandonassem o lugar, ele se encontrava no passeio. As pessoas começaram a correr, mas ele continuou a andar, e foi quando um ertzaina lhe disse “tu, corre”, e lhe deu com o cacetete nas costas. Posteriormente, atiraram-no para o chão e continuaram a bater-lhe. Levantaram-no, e um dos agentes disse “detenham-no”, e levaram-no, “assim, sem mais”.
Durante a noite, teve que ser transportado para o Hospital de Cruces, para receber tratamento, e já hoje de manhã recebeu a visita de um forense. Saiu em liberdade condicional, algumas horas depois. A Ertzaintza acusa-o de um delito de “atentado à autoridade”, pelo qual será julgado.

Fonte: Gara