segunda-feira, 23 de novembro de 2009

As inspecções fazem com que mais de 40 presos políticos fiquem sem visita

Só entre sexta-feira e sábado foram mais de quarenta os prisioneiros políticos bascos encarcerados no Estado espanhol que ficaram privados de encontros íntimos e familiares, já que os seus seres queridos se recusaram a ser inspeccionados fisicamente. Por outro lado, em Tafalla celebrou-se o dia dos exilados - Errefuxiatuen Eguna.

Na sequência da ordem dada pelas Instituciones Penitenciarias aos carcereiros do Estado espanhol para inspeccionarem e revistarem os familiares dos presos políticos bascos quando estes fizerem as visitas, e após a decisão tomada pelo Colectivo de Presos Políticos Bascos de não aceitar qualquer forma de tratamento humilhante aos seus familiares, este fim-de-semana foram mais de quarenta os presos políticos bascos que ficaram sem visitas, em virtude da insistência nas inspecções aos familiares.

Segundo informou a associação de familiares e amigos dos presos bascos, Etxerat, em Algeciras foram quatro os presos que perderam a visita; se a três familiares foi aplicada a «raquete», a um quarto quiseram-no meter numa divisão à parte para o revistar fisicamente; recusou-se a aceitar esse tratamento e os restantes familiares associaram-se ao protesto. Este tipo de situações repetiu-se no sábado nas diversas prisões do Estado espanhol.

Assim e de acordo com a Etxerat, na prisão de Puerto III foram três os presos bascos que ficaram sem visitas; na prisão de Albolote (Granada), cinco; na de Soto del Real (Madrid), quatro; na de Huelva, cinco - mas, quando os restantes presos bascos souberam o que tinha acontecido, também se recusaram levar a cabo a visita normal; na de Teruel, dois; na Herrera de la Mancha, cinco; na de Almeria, três; na de Villena, três (estava previsto um encerro para ontem como forma de protesto; na de Dueñas, quatro; e dois na de Foncalent.
Convém destacar o que se passou na prisão de Alacant, onde o companheiro da presa política Agurtzane Izarza perdeu a visita íntima por se ter recusado a ser inspeccionado fisicamente.

Manifestação em Tafalla
Mas depois, às 12h30, quando se preparava para efectuar a visita normal, quatro guardas civis apareceram no locutório e levaram-no para um quarto, onde foi inspeccionado fisicamente, de forma exaustiva, segundo a Etxerat. De acordo com a associação, os militares comunicaram-lhe que, perante a sua recusa a ser revistado pelos carcereiros, serão eles a cumprir a ordem.

Por outro lado, no sábado 350 pessoas participaram numa manifestação em Tafalla (Nafarroa) no âmbito da jornada organizada em apoio aos refugiados políticos bascos. Nessa marcha recordaram os conterrâneos que tiveram de fugir de Tafalla por causa da repressão.
Fonte: Gara