sexta-feira, 20 de maio de 2011

Amedo quer comparecer outra vez na AN para acusar de novo Felipe González por causa dos GAL

O ex-polícia espanhol apresentou ontem um escrito no tribunal especial, dias depois de Planchuelo ter sido absolvido no processo dos atentados nos bares Batxoki e Consolation.

O ex-subinspector da Polícia espanhola José Amedo, condenado a 108 anos de prisão no caso dos GAL, quer voltar a depor na Audiência Nacional espanhola para contribuir para o «esclarecimento das responsabilidades penais de quem ordenou e financiou» os atentados cometidos em 1986 nos bares Batxoki e Consolation, em Baiona, em alusão ao ex-presidente do Governo espanhol, Felipe González, que acusou de estar por trás destas acções durante o último julgamento na Audiência Nacional.

«Salvo melhor critério, considero que seria insustentável que, tanto do ponto de vista judicial como social e histórico, ficassem como únicos responsáveis por estes actos os funcionários policiais D. Michel Domínguez Martínez e D. José Amedo Fouce», refere o ex-polícia num escrito que deu entrada ontem de manhã no Tribunal Central de Instrução número 5.

Depois de defender que tanto ele como o seu companheiro se limitaram a «cumprir ordens superiores», Amedo diz que «está ao alcance da justiça conhecer a verdade», caso o juiz Pablo Ruz aceda ao seu pedido e lhe permita voltar a depor sobre estes factos.

Ao seu documento, anexa a sentença que a AN decretou no dia 12 de Maio último, na qual se inclui o depoimento que fez durante o julgamento do ex-chefe da Brigada de Informação da Polícia espanhola em Bilbo, Miguel Angel Planchuelo, relacionado com estes dois atentados, no qual a Procuradoria defendeu Felipe González, e que foi recentemente absolvido.

Na altura, Amedo afirmou que o ex-presidente do Governo espanhol Felipe González «estava por trás de tudo» e que a criação dos GAL constituiu «uma decisão exclusivamente política».
Fonte: Gara