quinta-feira, 21 de julho de 2011

A Ertzaintza despeja a «Kutxi 103» depois de cinco anos de ocupação em Gasteiz

A Ertzaintza pôs fim, esta terça-feira, à ocupação da «Kutxi 103». Um imóvel ocupado há cinco anos por um grupo de jovens que, na Rua Cuchillería, procuraram denunciar o modelo de consumo «imposto» pela Fundación Catedral Santa María, proprietária do edifício.

Num comunicado, os quatro integrantes da assembleia do «Kutxi 103», explicaram que o despejo se iniciou às 9h00, quando os agentes da Ertzaintza e da Polícia Local gasteiztarra entraram no edifício, que nessa altura se encontrava vazio.

Nas palavras dos residentes, as patrulhas destacadas para levar a cabo a acção de despejo apresentaram-se na Rua Cuchillería «com uma atitude violenta e desafiadora». Uma forma de actuar de que foi testemunha Elena, uma proprietária moradora na casa contígua ao imóvel despejado.

Segundo afirmaram os jovens inquilinos, durante a operação policial, os agentes da Ertzaintza «insultaram, agrediram e identificaram» a moradora. Uma senhora que, tal como os jovens desalojados, vive «sob a ameaça de expropriação» pela Fundación Catedral Santa María.

Contudo, fontes do Departamento do Interior de Lakua afirmaram que no decorrer da operação não se verificaram quaisquer confusões, referindo que a moradora requisitou assistência médica na sequência de um ataque de ansiedade.

A primeira reacção política ao despejo veio da parte do grupo municipal do Bildu, que responsabilizou a Agencia de Rehabilitación Integral de la Ciudad Histórica, dependente da Câmara Municipal gasteiztarra.

Nova ocupação
Seja como for, para os jovens da «Kutxi 103» a acção de despejo serve de impulso para «tudo o que aí vem». «Não nascemos para estar quietas, e queremos continuar a ocupar, agora o número 3 da San Francisco», acrescentaram.

No novo imóvel ocupado, um edifício de quatro andares situado junto à Rua Pintorería, os jovens da «Kutxi 103» esperam continuar a trabalhar pela exigência de um modelo de bairro «mais justo», e que procure criar uma Alde Zaharra «mais viva».

As pessoas envolvidas no movimento autogerido lembraram ainda que a habitação deve ser um direito, «não um negócio para apenas alguns cidadãos de Gasteiz».

Ion SALGADO
Fonte: Gara