Realizou-se hoje em Baiona uma manifestação em defesa dos direitos dos presos e dos refugiados políticos bascos, com o lema «Hurbildu bakera» [aproximando-se da paz]. A mobilização partiu às 15h30 da Euskaldunen plaza/Place des Basques. Várias filas de familiares levavam fotos dos presos e, atrás deles, seguiam os refugiados; depois, um mar de gente.
Estiveram na manifestação cerca de 15 000 pessoas - a maior alguma vez realizada em Ipar Euskal Herria sobre a questão basca e a mais participada na história de Baiona.
A Baiona, chegaram autocarros provenientes de muitas localidades de Euskal Herria, mas também veio gente da Córsega ou de Pau.
Para além do apoio recebido dos cidadãos, a mobilização de hoje contou com a adesão de treze partidos políticos: EH Bai, EH Bildu, EAJ-PNB, Alternatiba, Aralar, Ezker Batua, ezker abertzalea, EA, Gorripidea, NPA, Oldartu, Autonomia Eraiki, Libertat-Bearn e Indar Beltza-Energie Noire.
Também aderiram à mobilização diversos senadores, deputados e eleitos de partidos que não a apoiaram, bem como vice-presidentes do Conselho-Geral dos Pirinéus Atlânticos, vereadores e autarcas.
Os manifestantes não tiveram problemas para atravessar a fronteira e a chuva foi uma constante ao longo da mobilização. O senador francês Espagnac (PS) também se encontrava entre os manifestantes.
Os milhares de manifestantes hoje presentes em Baiona aproveitaram para pedir tanto ao Estado francês como ao espanhol que alterem a sua política penitenciária e que dêem passos no caminho para a paz. Foi neste sentido que Xabi Larralde, do Batasuna, e Laura Mintegi, do EH Bildu, se pronunciaram antes da manifestação.
Quando a cabeça da manifestação chegou à Saint-André plaza, tinham partido os últimos manifestantes da Euskaldunen plaza.
Palavras de ordem como «Presoak kalera, amnistia osoa» [os presos para a rua, amnistia geral] ou «Iheslariak etxera» [os refugiados para casa] animaram a marcha, e Aurore Martin também esteve bem presente. Os joaldunes de Amikuze, que iam à frente daquele mar de gente, levavam a fotografia de Aurore com a palavra 'askatu' nas suas vestimentas.
No acto que pôs fim à mobilização, foi lido um texto do Herrira; as intervenções estiveram a cargo do cantor Mixel Etxekopare (euskara), da escritora Marie-José Basurko (francês) e da representante do Herrira Nagore Garcia (castelhano).
Recordaram, antes de mais, os familiares que naquele momento se encontravam nas estradas a caminho das prisões ou no regresso a casa. Disseram que o protesto de hoje tem de ser um marco no respeito pelos direitos humanos e pediram a ambos os estados que façam uma escolha entre «o caminho da paz ou a negação dos direitos humanos».
Afirmaram que em Baiona se juntou muita gente, gente de diversas cores políticas e âmbitos sociais e, na sequência disso, fizeram um apelo à participação na manifestação convocada para dia 12 de Janeiro em Bilbo.
No final da declaração, houve ainda palavras para os presos curdos que estão em greve de fome nas prisões da Turquia.
O grupo Xutik pôs um ponto final à manifestação com a canção que fez para o movimento Herrira. / Fonte: naiz.info [com consulta ao Berria] / Ver: Gara / Declaração do Herrira no final da manifestação (eus)
A Etxerat denuncia a situação de Pello Zelarain, que já devia ter sido libertado
A associação de familiares e amigos dos presos políticos bascos - Etxerat - denunciou ontem a situação de Pello Zelarain, que permanece encarcerado, «ilegalmente», na prisão de Villena (Alicante). A Etxerat afirma que o preso, natural de Billabona (Gipuzkoa), devia ter sido posto em liberdade no início de 2011. No entanto, tanto Zelarain como os seus advogados tiveram de enfrentar diversos problemas relacionados com os entraves colocados pela prisão.
Foram apresentados vários recursos e os tribunais acabaram por dar razão à defesa do preso guipuscoano, que, ainda assim, continua na prisão.
A Etxerat afirma que, «mesmo quando os presos políticos bascos cumprem na íntegra as penas a que são condenados, já se tornou uma medida de excepção habitual o Governo espanhol deitar mão a todos os mecanismos que tem ao seu alcance para evitar a libertação, alterando as leis, ou à margem da própria lei». A Etxerat reclama a libertação imediata de Pello. / Fonte: Gara e etxerat.info