domingo, 10 de junho de 2012

Os refugiados políticos querem regressar com todos os seus direitos, sem «fraudes»

O recinto desportivo Kiroleta, em Azkaine (Lapurdi), foi ontem o palco de uma série de actos organizados pelo Colectivo de refugiados políticos bascos, com o lema «Iheslari politikoak herrira!».

Várias centenas de pessoas participaram nesta jornada de carácter festivo-reivindicativo, que começou ao meio-dia com uma exibição de desportos rurais em que participaram, entre outros, Aimar Irigoien, Ángel Arrospide e Iñaki Azurmendi.

Depois, seguiu-se o almoço, ao som da txaranga Kuxkuxtu, e mais à tarde houve um acto político.
O primeiro a tomar a palavra foi Mikel Onko, exilado natural de Markina (Bizkaia), que salientou que este colectivo há-de estar presente na agenda de resolução do conflito, pois sem ele não pode haver uma solução justa.

Em seguida falou Xabier Ezkerra, que recordou que este é um colectivo espalhado por todo o mundo e cujos componentes vivem, por isso, situações pessoais e jurídicas muito variadas, bastante difíceis em muitos casos.

Este natural de Usurbil (Gipuzkoa) realçou que o exílio por razões políticas foi uma constante na história de Euskal Herria e agradeceu o apoio e a solidariedade que receberam da parte dos cidadãos de Ipar Euskal Herria ao longo das últimas décadas.
Ezkerra salientou que o objectivo de todos os refugiados é regressar aos seus locais de origem, mas não «fazendo uma fraude» - em alusão à reforma do recenseamento que o Governo espanhol prepara -, mas «regressar com todos os seus direitos, sendo senhores do seu futuro».

Por isso, insistiu na vontade expressa pelo Colectivo de participar no processo de resolução, e desafiou os estados a envolver-se, tendo afirmado, contudo, que, se Madrid e Paris não derem os passos necessários, não estão «dispostos a esperar pela autorização de ninguém». (Vídeo: «Iheslari politikoen alde», BerriaTB)

Manifestação em Gasteiz pelos presos doentes
Vários centenas de pessoas manifestaram-se ontem em Gasteiz para pedir uma mudança na política penitenciária e a libertação dos presos doentes, especialmente dos alaveses José Ángel Biguri, José Ramón López de Abetxuko e Gotzone López de Luzuriaga.
A mobilização, organizada pelo Herrira, partiu da Bilbo plaza às 19h15 e terminou na Foru plaza com um acto em que se expôs a situação destes três presos. Antes de começar, os membros do Herrira Ane Zelaia e Ana Sáez de Urabain referiram que «no caminho para a paz e a normalização, que é o que o Herrira e a sociedade basca desejam, devem dar-se passos para construir um futuro inclusivo sem violações de direitos e que ultrapasse todas as consequências do conflito que durante tanto tempo se prolongou».

Solidariedade com Txus Martin
Na Bizkaia realizou-se uma marcha ciclista entre Ugao e Galdakao para pedir a libertação de Txus Martín (natural de Basauri, Bizkaia), que tem doença grave do foro psíquico. Começou em Ugao pelas 10h30, deslocando-se até Arrigorriaga, onde teve lugar um protesto. Depois, novamente sobre as duas rodas, os participantes foram até Galdakao, onde houve uma manifestação, que partiu da Praça Santi Brouard por volta das 13h00.

Pela libertação de Poxtina
Para hoje à tarde (19h00) estava agendada uma manifestação em Arbizu (Nafarroa), para exigir a libertação de Jesús Mari Mendinueta, que continua na prisão mesmo estando doente e depois de ter cumprido a pena a que foi condenado. Em Maio último foi-lhe aplicada a doutrina 197/2006, que lhe prolongou a pena até Agosto de 2021. / Notícia completa: Gara / Ver também: Berria

A Askatasuna termina o seu percurso com a satisfação pelos avanços conseguidos
naiz.info * E.H.
A Askatasuna concluiu o seu debate interno tomando a decisão de desaparecer, segundo informa hoje o Gara. Põe assim fim a um ciclo de uma década de trabalho em prol dos perseguidos políticos e contra a repressão. Fonte: SareAntifaxista

«Haizeak preso eta iheslariak etxera ekartzearen alde jotzen du», entrevista do Gara a Anaiz FUNOSAS, porta-voz da Askatasuna