quinta-feira, 28 de junho de 2012

A produtora do documentário sobre os presos renuncia à ajuda de Donostia

Depois de toda a polémica gerada, dois representantes da Zinez Elkartea, Haizea Belza e o advogado Luix Barinagarrementeria, deram uma conferência de imprensa para anunciar que renunciam à subvenção de 9000 euros aprovada pela Câmara Municipal de Donostia, assim como a todas as ajudas públicas que solicitaram para financiar o documentário Barrura begiratzeko leihoak.

Segundo afirmaram, criou-se uma «injusta polémica», e «o que está em jogo é a própria liberdade de expressão e a cultura». Explicaram que andam há três semanas a tentar contactar os grupos da oposição na Câmara donostiarra (PNV, PP e PSE), mas que isso lhes foi «impossível» porque os «ignoraram».

Realçaram ainda que «nenhum Governo tem o direito de limitar a liberdade criativa e de expressão» de nenhum artista ou produtora, tendo recordado o que se passou com Julio Medem por causa do filme La pelota vasca.

Para os produtores, «não é justo sujeitar a sociedade a tensões como as que foram criadas com este filme». Perguntaram se o que há a fazer é entregar a fita ao Ministério de Interior para que diga «o que é censurável e o que não é».


«Não gostamos que nos utilizem seja de que forma for para perseguir quem quer que seja e não queremos que o Governo submeta a sociedade a uma tensão e a um mal-estar desnecessários», afirmaram. Belza e Barinagarrementeria salientaram que o documentário, que aborda a história de cinco presos bascos, não tem «uma perspectiva heróica nem satânica», mas «humana».

Os representantes da Zinez explicaram que se trata de uma produtora «pequena e humilde», pelo que pediram ajudas à Administração, «como fazem muitos outros filmes e documentários». Tendo em conta «o buraco» que a renúncia às subvenções públicas vai provocar, pediram à sociedade e aos «amantes da cultura» em particular «compreensão» e apoio económico para poder levar a cabo este projecto, «porque está em jogo a cultura e a liberdade de expressão».

«Isto pode estabelecer um precedente muito perigoso para a produção cultural, e a sociedade precisa de desmantelar as intenções, neste caso do Governo, de poder controlar a produção cultural», concluiu Barinagarrementeria. / Fonte: naiz.info

Ver também: «Euskal presoei buruzko dokumentalaren egileek uko egin diote Donostiako Udalaren diru laguntzari» (Berria)

Leitura: «Solidaridad frente a los nuevos inquisidores» (Gara)
Al objeto de impedir la solidaridad con los presos, en los últimos años se han prohibido pancartas, carteles, pegatinas y retratos. Ahora los nuevos inquisidores persiguen el simple testimonio, pretenden apagar cualquier voz diferente a la de los altavoces oficiales.